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    Notícias

    Segmento de alto padrão é destaque na retomada do mercado imobiliário

    Apesar do avanço, projetos de construtoras que mais cresceram estão focados em São Paulo

    30/01/2020
    Por Daniel Caravetti

    As prévias operacionais do último trimestre de 2019 já divulgadas pelas incorporadoras com maior valor de mercado mostram um crescimento de 36% nos lançamentos (Valor Geral de Venda), com R$ 22,2 bilhões, e 28% nas vendas líquidas, com R$ 19,4 bilhões, de 2018 para 2019. Os dados comprovam a retomada do setor, impulsionada pela queda nas taxas de juros, maior oferta de crédito habitacional e aumento da demanda por imóveis (principalmente na cidade de São Paulo). 

    Entretanto, os resultados não foram tão positivos para as empresas focadas no segmento econômico, uma vez que o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) convive com a falta de recursos. As três empresas mais dependentes do programa mostraram o menor crescimento no comparativo com o ano anterior. O pior desempenho foi da Direcional, que teve aumento de 1% nos lançamentos (VGV) e 1,6% nas vendas líquidas. Respectivamente, a MRV cresceu 7,4% e 3,3%, e a Tenda 34,6% e 9,9%.

    A Direcional, inclusive, fez um adendo em sua prévia operacional. A incorporadora garante que, excluindo-se os projetos MCMV Faixa 1 e MCMV Faixa 1,5, o aumento das vendas líquidas seria de 44% em relação a 2018. Contudo, mesmo com as dificuldades por conta do programa, a recuperação do setor garantiu resultados positivos. Em lançamentos (VGV), a Tenda conseguiu bater o seu recorde trimestral, com R$ 835,8 milhões no 4T19, e a MRV atingiu sua melhor marca anual em 2019, com R$ 6,9 bilhões.

    Já as construtoras de capital aberto focadas nos segmentos de médio e alto padrão mostraram crescimentos bastantes elevados no comparativo com o ano anterior. O grande destaque foi a EZtec, que teve aumento de 152% nos lançamentos (VGV) e 158,1% nas vendas líquidas de 2018 para 2019. Respectivamente, a Helbor cresceu 124,8% e 37,1%, a Even 92,1% e 59,8%, a Trisul 73,6% e 79,3%, e a Cyrela 48,8% e 39,4%. Confira os números nas tabelas abaixo. 

    De acordo com o relatório da EZtec, ao fim de 2018 a empresa havia se comprometido com um patamar de lançamentos (VGV) entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão para o ano de 2019. Entretanto, o guidance fora revisado com um novo intervalo esperado entre R$1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, tendo alcançado R$ 1,9 bilhão ao final do ano. A EZtec, inclusive, já divulgou seu objetivo para 2020: “A meta da Companhia é realizar um volume de lançamentos entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões em lançamentos (VGV)”.

    Retomada do mercado imobiliário no Brasil inteiro?

    Vale lembrar que EZtec, Trisul e Helbor, três das empresas que mostraram os maiores crescimentos no ano de 2019, focam seus empreendimento na região metropolitana de São Paulo. O fato condiz com a opinião de muitos especialistas, como Antônio Carlos de Oliveira, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). Em entrevista recente à Smartus, ele destacou que o crescimento do setor imobiliário está restrito a poucas regiões, como São Paulo.

    Comparativos trimestrais

    As prévias operacionais do 4T19 das maiores empresas com capital aberto no ramo da construção civil também compararam os resultados com o mesmo trimestre de 2018, com destaque para Helbor e EZtec. Respectivamente, as empresas mostraram crescimento de  170,3% e 80,3% em relação aos lançamentos (VGV) e de 101,1% e 90,4% em relação às vendas líquidas.

    Neste comparativo, porém, algumas incorporadoras tiveram resultados negativos. A Cyrela, por exemplo, teve queda de 2,4% nos lançamentos (VGV) e 11,9% nas vendas líquidas. Neste último indicador, a Direcional também mostrou decréscimo, de 14,1%, assim como a MRV, de 9,9%. 

    As duas últimas atuam principalmente no segmento econômico e, como citado anteriormente, são afetadas pela falta de subsídios ao programa Minha Casa, Minha Vida. Vale lembrar que o anúncio do programa substituto ao MCMV era esperado para dezembro, mas devido ao elevado custo operacional exigido pela Caixa para atender o formato apresentado pelo governo, foi adiado para o primeiro semestre de 2020, de acordo com o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

    A expectativa é de que o novo programa que será implementado pelo governo tenha sucesso. Desse modo, o segmento econômico deve retomar espaço e, aliado com o momento positivo dos demais, proporcionar excelentes resultados para o mercado imobiliário como um todo em 2020.

    Leia também: Construção civil foi responsável por 11% dos empregos criados em 2019
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