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Custo da construção desacelera, mas variação é a maior dos últimos anos
Em média, materiais e equipamentos ficaram 20% mais caros em 2020
Henrique Cisman
06/01/2021
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) medido pela Fundação Getúlio Vargas em sete capitais brasileiras apresentou variação de 0,88% em dezembro, o que significa uma desaceleração em relação aos três meses precedentes. Mesmo assim, o resultado é a quarta maior alta de 2020 e amplia o encarecimento das atividades do setor no ano passado, com variação de 8,66%.
Embora a maior contribuição para o INCC seja relativa à mão de obra (51,6% no ano passado), o grande vilão dos custos foi o grupo de materiais e equipamentos, que de janeiro a dezembro avançou 19,13%, com alguns insumos ficando até 50% mais caros, como é o caso dos condutores elétricos.
Em contrapartida, a mão de obra e os serviços – aluguel de máquinas e equipamentos, taxas de licenciamentos, vale transporte, vale refeição e serviços técnicos – tiveram variações menores do que em 2019, o que colaborou para conter a alta no custo da construção brasileira. Veja a tabela abaixo.
Apesar da desaceleração no mês de dezembro, os materiais e equipamentos ficaram 2,08% mais caros, na média (em novembro, a alta desse componente foi de 2,85%). O maior peso no indicador veio dos materiais para estrutura (2,94%), com destaque para os metálicos (5,12%). Dentre os materiais para acabamento (1,44%), a maior alta coube às esquadrias e ferragens (2,10%).
No recorte das capitais monitoradas, o aumento do custo da construção em 2020 foi maior no Recife (10,23%), seguido por Salvador (9,46%) e Rio de Janeiro (9,14%). Apenas Belo Horizonte e Brasília apresentam variação do INCC abaixo da média nacional no acumulado do ano, respectivamente, de 7,98% e 7,20%. A capital baiana foi a única que teve crescimento maior dos custos em dezembro do que em novembro. Veja a seguir.
Além dos condutores elétricos, os campeões na elevação de preços no ano passado foram tubos e conexões de PVC, tubos e conexões de ferro e aço e eletrodutos de PVC, todos com variação superior a 35%. Também apresentaram altas expressivas vergalhões e arames de aço ao carbono, cimento portland comum e tijolo/telha cerâmica, quase 30% mais caros.
Uma vez que o INCC tem como base apenas sete cidades do país, os custos podem ser ainda maiores em regiões onde há maior escassez de abastecimento, consideração que já foi realizada por entidades da construção.
Em recente entrevista concedida à Smartus, a coordenadora de Projetos da Construção do IBRE/FGV, Ana Maria Castelo, explicou que o encarecimento dos insumos utilizados no setor foi causado pela paralisação parcial das produções industriais após a chegada da covid-19 ao Brasil, diante da expectativa de queda acentuada na demanda, algo que não se concretizou.
Além deste descompasso entre oferta e demanda, agravado pela lentidão com que a indústria retoma suas atividades, outros fatores que pesaram para o cenário descrito são o aumento do preço de insumos industriais corrigidos pelo dólar – já que a moeda norte-americana se valorizou mais de 30% sobre o real – e a recomposição de margem de lucro das indústrias, prática criticada por construtoras e associações que representam o setor.
Apesar da desaceleração em dezembro, o ritmo de crescimento do custo da construção ainda pode demorar para voltar aos níveis observados até junho do ano passado. Segundo projeção feita pelo vice-presidente de Economia do Sinduscon/SP, Eduardo Zaidan, durante coletiva de imprensa em meados de dezembro, os materiais e equipamentos devem manter altas significativas pelo menos até o fim do 1º trimestre de 2021.
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