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    Notícias

    Posse de Marinho contribui para novo MCMV, aponta analista político

    Especialista cita proximidade com o Congresso como um dos motivos para a troca do ministro do Desenvolvimento Regional

    11/02/2020
    Por Daniel Caravetti

    O economista potiguar Rogério Marinho tomou posse, às 14 horas desta terça-feira, como novo ministro do Desenvolvimento Regional. A solenidade aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília, e contou com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro.

    Marinho era secretário especial da Previdência e Trabalho e vai substituir Gustavo Canuto, que foi exonerado do cargo na última quinta-feira (6) e nomeado pelo chefe de estado para a presidência da Dataprev, estatal responsável por processar os dados da Previdência Social. De acordo com o decreto presidencial, a troca de cadeiras na pasta ocorreu a pedido do próprio Gustavo Canuto, entretanto, o mais provável é que tenha havido acordo para a demissão do ex-ministro.

    Canuto participou da solenidade de posse de Rogério Marinho. O presidente Jair Bolsonaro agradeceu os serviços prestados pelo ex-ministro e desejou boa sorte ao novo encarregado. Este também foi parabenizado pelos serviços prestados em prol da reforma da previdência, juntamente com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Excepcional trabalho”, disse o chefe de estado.

    Jair Bolsonaro e Gustavo Canuto apertando as mãos

    Gustavo Canuto compareceu à solenidade. Ex-ministro assumiu presidência da Dataprev. Foto: Marcos Corrêa/PR

    Marinho também falou durante a cerimônia, na qual agradeceu o convite e a oportunidade de “servir o país”, além de cumprimentar setores da economia, como a construção civil e os investidores: “A construção é um dos maiores propulsores da economia e geradora de emprego de forma intensiva. Devemos tratar os empreendedores como parceiros do ministério”, ressaltou em seu discurso.

    Qual o significado da mudança?

    Já como secretário especial da Previdência e Trabalho, Marinho ganhou destaque no ano passado como articulador das mudanças no sistema de aposentadoria e, por isso, vinha sendo cogitado para assumir um cargo ministerial no governo do presidente Jair Bolsonaro desde o mês passado. 

    Inclusive, durante a crise que resultou na demissão de José Vicente Santini da Casa Civil, ele foi um dos cotados para assumir a pasta no lugar de Onyx Lorenzoni. O novo ministro do Desenvolvimento Regional também teve papel fundamental na reforma trabalhista, tendo sido relator do projeto enquanto deputado federal.

    Neste sentido, alguns especialistas indicam que a troca se trata de um gesto político de prestígio pelo papel desempenhado por Marinho nas articulações pela aprovação das reformas da previdência e trabalhista junto ao parlamento. Outros, porém, acreditam que a mudança pode ser uma tentativa de aproximar o Governo do Congresso, com quem Marinho possui alinhamento político. Em entrevista à Smartus, Cristiano Noronha, analista político da Arko Advice, revelou acreditar em um meio termo quanto às opiniões.

    “Podemos falar em reconhecimento pelo trabalho que ele realizou nas reformas trabalhista e previdenciária. Ele foi capaz de negociar, de conduzir e de formular essas reformas, extremamente polêmicas e difíceis, no Congresso Nacional. O aumento da interlocução com o parlamento é justamente o que deve impulsionar a pasta, uma vez que Marinho já foi deputado federal e tem boa relação com os parlamentares”, afirma. 

    “Isso porque as principais críticas que o ministro anterior, Gustavo Canuto, recebia, eram em relação à falta de diálogo com o Congresso” completa Noronha, que também fala sobre a relação do ex-deputado com Paulo Guedes: “Eles são muito bem alinhados, afinal, Marinho fazia parte da pasta de Economia. Inclusive, foi Guedes quem fez a defesa para ele assumir o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)”.

    Rogério Marinho discursando ao tomar posse do Ministério do Desenvolvimento Regional

    Rogério Marinho discursa ao tomar posse do Ministério do Desenvolvimento Regional. Foto: Carolina Antunes/PR

    Vale lembrar que, durante a tomada de posse, Rogério Marinho falou sobre a necessidade de fazer alianças para alcançar objetivos: “Vou dar o melhor de mim, sobretudo, para buscar construir pontes, estabelecer e consolidar relações. Não vamos a lugar nenhum se caminharmos a sós”.

    Futuro do Minha Casa, Minha Vida

    Ao assumir o MDR, Rogério Marinho terá o desafio de lidar com orçamento reduzido para um dos principais programas da pasta, o Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que caiu de R$ 4,2 bilhões no ano passado para R$ 2,8 bilhões em 2020. De acordo com o portal Congresso em Foco, ele irá debater com secretários da pasta a ideia de usar vouchers para atender famílias com renda mensal de até R$ 1,2 mil, mas ainda não anunciou se a ideia anunciada por seu antecessor, Gustavo Canuto, está confirmada.

    Durante a cerimônia, o novo ministro disse que vai estabelecer um cronograma de desembolsos para o programa, assim que o Congresso definir a questão dos vetos presidenciais à proposta orçamentária. “Tomei posse hoje e espero até essa quinta-feira, nos próximos dois dias, nós termos a oportunidade de conversar com o ministro da economia, Paulo Guedes, o presidente da Caixa Econômica Federal (Pedro Guimarães) e nossos secretários para termos uma posição em relação a essa situação específica”. 

    A chegada do novo ministro sinaliza que o programa deve ter mudanças anunciadas em breve, como explica Cristiano Noronha: “As questões em relação ao MCMV e também ao saneamento básico, que estão sob o ‘guarda-chuva’ do MDR, estavam encontrando alguns obstáculos, e Marinho tem a missão de solucionar esses problemas, de destravar essas duas áreas”.

    “Como o Governo já falava em uma reformulação do MCMV, muito provavelmente devemos vê-la em breve. Portanto, é um passo nesta direção, até porque os governantes também apostam muito na retomada da construção civil. Contudo, acredito que Marinho vai estabelecer regras bastantes racionais do programa, como fez durante outras atuações, por exemplo, nas reformas trabalhista e previdenciária”, conclui o analista político.

    Foto de capa: Marcos Corrêa/PR

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