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    Vendas caem mais de 50%, mas projeção é de retomada rápida na baixa renda

    Anúncio do novo programa habitacional, garantia de recursos e tamanho da demanda geram otimismo

    07/04/2020
    Por Henrique Cisman

    Não há como sair ileso à paralisação da economia em decorrência do isolamento populacional para conter a pandemia da Covid-19. Mesmo em um cenário de juros bastantes favoráveis e uma demanda quase infinita no Brasil, o segmento residencial econômico sente os impactos das medidas de contenção, com vendas caindo mais de 50%, conforme afirmou à Smartus o empresário Dante Seferian, CEO da construtora Danpris.

    No momento, a única opção é efetuar o atendimento em ambiente online, o que restringe o volume. Segundo Ronaldo Cury, diretor de Relações Institucionais da Cury Construtora, a surpresa positiva foi não ter paralisado as vendas, com a equipe comercial trabalhando virtualmente as negociações iniciadas antes da pandemia.

    Já na Danpris, as mensalidades de abril e maio poderão ser postergadas sem cobrança de multa até a emissão do habite-se. Segundo Seferian, a medida visa mitigar a possibilidade de pedidos de cancelamento do contrato. É cada vez maior o ambiente de incertezas, principalmente após os estados prorrogarem o período de quarentena, casos de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, dentre outros.

    Ambas as construtoras suspenderam os lançamentos do 1º semestre sem previsão de nova data. Seferian destaca a insegurança para lançar novos produtos no “fogo cruzado”. O executivo pontua que o principal temor é sobre a demanda no atual momento. Cury complementa que mesmo se houver demanda e coragem para lançar agora, a incorporadora esbarra em prefeituras e cartórios: “Não se consegue aprovar projeto na prefeitura nem registrar a incorporação no cartório”.

    Recuperação rápida

    Apesar do baque momentâneo, o segmento residencial econômico deve se recuperar mais rapidamente, conforme explica Guilherme Werner, sócio da Brain Inteligência Estratégica: “Se os empregos forem preservados, como tem sido o objetivo das medidas do Governo Federal, o segmento de baixa renda vai sofrer menos por uma questão de demanda. A demanda econômica é de necessidade”.

    De acordo com o especialista, a retomada dos imóveis econômicos tende a ocorrer em V, isto é, as vendas subirem com a mesma velocidade de quando caíram. “Com ou sem pandemia, a pessoa precisa casar, sair do aluguel e, dadas as taxas de juros atuais, o cenário de crédito e o pré-anúncio do novo programa habitacional, isso deve ocorrer, exceto se o desemprego atingir a população”. A análise é corroborada pelos executivos ouvidos na reportagem.

    Na avaliação de Cury, é inevitável que haja desemprego – a questão é de que tamanho ele será: “Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, mesmo em Campinas, e as regiões metropolitanas dessas cidades, é muita gente, e não é todo mundo que vai perder o emprego”, afirma. 

    Em relação ao programa que vai substituir o Minha Casa, Minha Vida, o secretário nacional da Habitação, Alfredo Eduardo dos Santos, afirmou em uma live promovida pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) com participação da Caixa que o governo aguarda reduzir os casos da pandemia para fazer o anúncio oficial. A reformulação era esperada para dezembro, mas foi adiada para 2020

    “O que foi falado é que haverá uma boa redução dos juros e que será anunciado [o novo programa] em um momento oportuno, quando baixar a poeira da Covid-19, talvez já no mês que vem. Isso ajuda muito, pois em uma crise, quando aparece a oportunidade, o cliente não quer perdê-la. A queda dos juros impulsiona o cliente que estava em dúvida”, comenta Dante Seferian, CEO da construtora Danpris. 

    Recursos do FGTS

    No dia 27 de março, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) publicou portaria que determina o custeio de 100% dos subsídios das faixas 1,5 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida pelo FGTS, assim como já havia ocorrido em boa parte do ano passado. A medida foi celebrada por empresas e associações da construção civil porque garante a continuidade das obras até o final do ano ao desvincular ambas as faixas do orçamento da União.

    Agora, em meio ao socorro necessário à economia, cogita-se novamente autorizar saques nas contas do fundo para estimular o consumo, ideia que é amplamente criticada por entidades como a CBIC. “A CBIC tem conversado com o MDR para equacionar repasses e construir alguma previsibilidade para o setor. A portaria 761 é o primeiro fruto dessa articulação, o que reduz bastante a incerteza”, afirma o órgão em nota enviada à Smartus

    O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informa, em seu site, que aprovou a transferência de R$ 20 bilhões do PIS-PASEP para o FGTS, “de modo a reforçar o fundo e possibilitar saques de acordo com os critérios estabelecidos pelo governo federal”. Na noite desta terça-feira, foi publicada no Diário Oficial da União a medida provisória 946, que extingue o Fundo PIS-PASEP e autoriza saques de até R$ 1.045 por titular das contas do FGTS entre 15 de junho e 31 de dezembro.

    De acordo com fontes do governo ouvidas pelo UOL, o montante é o máximo possível de ser liberado sem que haja comprometimento da sustentabilidade do fundo. Até o fechamento da matéria, não havia posicionamento oficial das associações do setor imobiliário a respeito da medida.

    Leia também: Pandemia frustra projeções de crescimento da construção civil em 2020
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