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    Pandemia frustra projeções de crescimento da construção civil em 2020

    Organizações atuantes no setor repensam expectativas construídas em decorrência do vírus Covid-19; ano era promissor

    02/04/2020
    Por Eduarda Mancin

    Em novembro de 2019 – antes da pandemia do vírus Covid-19 assolar vários países do globo -, diversos atores do setor de construção civil projetavam um 2020 positivo para o segmento concomitante à retomada do mercado imobiliário, cuja expectativa era de continuidade neste ano. 

    O cenário mudou radicalmente desde então. Embora ainda não haja dados e estudos concretos sobre a situação atual, empresas e entidades do ramo já se preparam para uma retração na economia brasileira, que consequentemente impacta as previsões realizadas antes da pandemia. 

    Em entrevista à Smartus no ano passado, Rodrigo Navarro, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), seguindo a linha otimista do mercado, projetou que “a demanda de materiais de construção deve crescer, assim como o setor de construção civil, fundamental para a geração de empregos e atração de investimentos ao país”. 

    Visão semelhante tinha a Associação Nacional dos Fabricantes de Revestimentos Cerâmicos (Anfacer), que esperava um aumento de 4% nas vendas de revestimento cerâmico, acompanhando a aposta de crescimento do PIB para 2,2% em 2020. 

    Todas essas projeções já foram drasticamente transformadas pelo momento de crise que o mundo enfrenta, inclusive o Brasil. 

    Mudança expressiva no cenário 

    O momento agora é de reavaliação e estudo do mercado para entender as diretrizes para o futuro. Apesar da pandemia ter pego a todos de surpresa pela rapidez da escalagem de contágio e dos impactos que causou na economia, alguns dos principais fornecedores da construção civil já se organizaram para encarar o desafio. 

    Segundo pesquisa da Abramat, para 48% das empresas associadas, o desempenho nas vendas em março de 2020 foi considerado ruim ou muito ruim, enquanto 33% o consideram regular e as demais (19%), bom. A expectativa sobre o desempenho nas vendas em abril é ruim ou muito ruim para 67% das empresas, enquanto 33% vislumbram período regular, e não há expectativa positiva para o próximo mês. 

    A pretensão de investimentos no médio prazo caiu de 71%, em fevereiro, para 38% em março. O nível de utilização da capacidade instalada registrado foi de 65% no mês de março; em fevereiro, o mesmo indicador apontava 70%. As variações negativas dos dois índices foram as maiores nos últimos 12 meses. 

    Outros fornecedores também já tomaram atitudes visando refrear as consequências do coronavírus em seus respectivos negócios, embora não tenham construído nenhum estudo de mercado até o momento. 

    A Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) adiou a 33ª edição do seu Curso de Tecnologia em Tintas, cujo início estava agendado para o dia 4 de maio, e colocou todos os seus funcionários em regime de home office.

    O Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) alega que está refazendo as projeções para esse ano, mas que ainda não conseguiu mensurar os impactos na indústria do cimento, embora acredite que ela esteja pronta para atender a retomada da atividade econômica com fábricas modernas, eficientes e sustentáveis.

    A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) segue a mesma linha, aguardando o desdobramento da situação e monitorando o mercado antes de divulgar dados concretos; a entidade afirma que não é momento para especulações. 

    Assim como a Abrafati, SNIC e CBIC, a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) também está estudando a conjectura. Em declaração à Smartus, a organização afirma que possui uma pesquisa em andamento para compreender profundamente os impactos da pandemia do setor, as consequências econômicas e o novo comportamento de consumo. 

    Panorama atual 

    De modo geral, a construção civil se prepara para encarar a nova realidade. O PIB projetado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) para 2020 era de alta de 3%; até o momento, não foi realizada nova projeção, embora seja certo que o percentual será bem menor, com possibilidade de retração no comparativo anual. 

    Sentindo a necessidade de amenizar as consequências da pandemia no segmento, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria Civil (CBIC), José Carlos Martins, destaca que o Governo Federal prometeu medidas de enfrentamento da pandemia para o setor.  

    Para aliviar os impactos econômicos, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) garantiu a continuidade e celeridade das contratações de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida. 

    Leia mais: Continuidade das obras tem apoio de Sinduscon-SP e Sintracon-SP
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