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    7 indícios de que o setor imobiliário terá recuperação em ‘V’

    Conjunto de fatores revela que níveis pré-pandemia podem ser alcançados em breve

    Daniel Caravetti

    03/08/2020

    A recuperação em “V”, sonhada por diversos setores diante da crise causada pelo novo coronavírus, pode se tornar uma realidade para o mercado imobiliário brasileiro. Números divulgados recentemente revelam indícios de que o setor pode retornar – ou mesmo superar – rapidamente o nível imediatamente pré-pandemia.

    Confiança dos empresários

    A Sondagem da Construção do mês de julho, divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), mostra que há maior expectativa positiva dos empresários do setor. Com 34,8 pontos, a intenção de investimento cresceu 12% em relação ao mês anterior e já atinge níveis próximos aos últimos meses de 2019. Vale lembrar que o ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial) também cresceu, atingindo 47,6 pontos.

    O maior otimismo do setor também pode ser notado no Índice de Confiança da Construção da FGV (Fundação Getulio Vargas). Em julho, o indicador alcançou 83,7 pontos, aumento de 8,5% em relação ao mês anterior. A coordenadora de Projetos da Construção da instituição, Ana Maria Castelo, avaliou o momento.

    “A atividade da construção deu outro passo em direção à recuperação ao nível pré-pandemia. A confiança cresceu impulsionada pela retomada das obras e por expectativas mais otimistas em relação à demanda. A percepção em relação ao momento corrente já retornou ao patamar de 2019”, disse a economista.

    Geração de empregos

    Outro resultado positivo está relacionado aos postos de trabalho. De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a construção civil gerou mais de 17 mil empregos em junho. Enquanto isso, o Brasil encerrou o mês com mais 11 mil desempregados entre contratações e desligamentos.

    Portanto, juntamente com a agropecuária, a construção vem liderando a retomada econômica do país, sendo os únicos setores a apresentar saldo positivo entre admissões e demissões. Além disso, a pesquisa mostra que o maior aumento no salário médio de admissão foi exatamente na construção.

    Disponibilidade de crédito

    Os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) atingiram R$ 9,27 bilhões em junho de 2020,  segundo a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Este foi o melhor resultado desde janeiro de 2015, com alta de 29,9% em relação ao mês anterior e de 52,8% no comparativo com junho de 2019.

    Uma vez que o setor imobiliário é lastreado no crédito, a disponibilidade de recursos refletida pelo estudo é fundamental para a retomada. Neste sentido, é importante ressaltar a continuidade dos cortes na Selic e o papel das instituições financeiras, que têm facilitado o acesso ao financiamento imobiliário e mantido os juros em patamares baixos. 

    Demanda por produtos imobiliários

    Além de incentivar o barateamento do crédito imobiliário, os cortes na Selic desfavorecem os investimentos em renda fixa. Desse modo, a tendência é que a compra de imóveis seja interessante como opção de investimento. Vale lembrar que essa aplicação também pode ser feita indiretamente, através dos fundos de investimentos imobiliários (FIIs).

    Recentemente, inclusive, um levantamento da Abrainc (Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias) revelou que o rendimento médio anual dos imóveis no Brasil entre 2009 e 2019 foi de 15,3%, somando as médias dos ganhos com aluguel (5,9% ao ano) e com a valorização das unidades (9,4%). No mesmo período, a poupança rendeu, em média, 6,5% ao ano, e aplicações em CDB apresentaram ganhos médios de 9,8% ao ano.

    Resiliência do setor 

    A demanda citada anteriormente pode ser verificada nas prévias operacionais divulgadas pelas incorporadoras. Mesmo durante um período afetado integralmente pela pandemia, boa parte das empresas que compõem o IMOB (Índice Imobiliário da B3) registrou aumento nas vendas no 2º trimestre deste ano em relação ao anterior, que praticamente não foi afetado pelo isolamento social.

    No geral, os resultados mais expressivos foram das incorporadoras que atuam no segmento de baixa renda. Tenda e MRV, por exemplo, bateram recordes de vendas líquidas e brutas, respectivamente. 

    Novos projetos 

    Acreditando justamente na resiliência do setor, a maioria das incorporadoras não deixou de investir em novos empreendimentos por conta da pandemia causada pela disseminação do novo coronavírus. É isso que revela o Indicador Antecedente do Mercado Imobiliário, divulgado pela Abrainc.

    O município de São Paulo, o maior e mais pujante mercado do setor, contou com a concessão de 161 alvarás para novos empreendimentos verticais no 2º trimestre deste ano. O resultado significa uma alta de 13,4% em relação ao mesmo período de 2019. Em 12 meses, já são 946 projetos aprovados na cidade.

    Uso de tecnologia

    Diante de um cenário de crise econômica e isolamento social, a adesão a tecnologias foi alta nas empresas do setor. Pesquisa realizada em conjunto por Deloitte e Terracotta Ventures mostrou que o mercado imobiliário brasileiro – historicamente considerado conservador – está aberto a inovações.

    De acordo com o estudo, 54% das empresas do setor já têm uma estratégia de inovação e 41% contam com uma equipe responsável pelo assunto. Bruno Loreto, co-fundador da Terracotta, assegura que há cinco anos atrás o nível de engajamento das empresas era inferior a 10%.

    Considerando os bons números apresentados nos piores meses da pandemia e o processo de transformação digital interna, cada vez fica mais clara a percepção de que a retomada será em V – crescimento tão rápido quanto a queda.

    Foto: Colliers Internacional

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