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    Retrospectiva: shoppings sofrem e se reinventam diante da pandemia

    Muito afetado pela pandemia, segmento explorou novas possibilidades em 2020

    Daniel Caravetti

    17/12/2020

    Proibidos de abrir as portas por mais de quatro meses na maioria dos municípios brasileiros, os shoppings foram um dos ativos imobiliários mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Mesmo com a reabertura das atividades no final de agosto, as perdas acumuladas do segmento totalizaram 45% entre 2 de março e 6 de dezembro.

    Os dados são do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), desenvolvido pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) em conjunto com a Cielo. De acordo com a pesquisa, no auge do isolamento social as perdas chegaram a ser de 90%.

    Neste contexto, a taxa de vacância, de 5% antes da pandemia, chegou a 8% no início de dezembro. A Abrasce ainda estima que aproximadamente dez mil lojas fecharam suas operações em shopping centers durante a pandemia, sendo que quatro mil destes espaços permanecem desocupados. 

    Novas oportunidades

    Vale lembrar, contudo, que os seis mil espaços restantes foram novamente ocupados, mas por outras marcas, uma vez que a pandemia, mesmo sendo extremamente prejudicial ao segmento, abriu novas oportunidades: “Temos acompanhado um movimento inverso, de marcas que estão aproveitando o momento para inaugurar lojas em shoppings”, diz a Abrasce para a Smartus.

    De acordo com levantamento da entidade, entre os meses de abril e outubro deste ano foram identificadas 1.130 marcas, de 40 diferentes ramos, que anunciaram inaugurações em shopping centers. Além disso, outras 293 marcas já anunciaram lojas que serão inauguradas em breve.

    Entre as inaugurações, é destaque o ramo de alimentação e bebidas, assim como o de vestuário, já que cada um deles concentra 21% das marcas inauguradas. Em seguida, aparecem os ramos de artigos do lar e decoração (8%); perfumaria e cosméticos (7%); serviços de estética e beleza (6%) e calçados (6%). 

    Ainda em relação às oportunidades, é importante ressaltar que a pandemia exigiu uma verdadeira reinvenção por parte dos shopping centers, os quais passaram a oferecer diversas novas alternativas. Uma delas foi a venda por drive-thru, adotada por boa parte dos estabelecimentos comerciais.

    Este modelo, por sua vez, faz parte do conceito “Mall as a Hub”, que enxerga o shopping não só como um local de passeio e compras presenciais, mas, também, como um centro logístico, facilitando a venda digital e a entrega do produto ao consumidor, seja por retirada ou delivery. Recentemente, três administradoras realizaram aportes na Delivery Center visando uma reestruturação nesta linha.

    Trata-se, portanto, de uma transformação para que os shoppings passem a se tornar multicanais, mesclando comércio eletrônico e presencial. De acordo com estudo da McKinsey, a concorrência do e-commerce também exige que os shoppings ofereçam cada vez menos produtos e mais experiências.

    Neste sentido, a empresa cita exemplos como concertos musicais, exposições de arte, spas, academias e espaços esportivos. Vale lembrar que os cinemas, locais de entretenimento mais tradicionais dos shoppings, tiveram que se adaptar ao sistema drive-in durante a pandemia, no qual exibiam os filmes no estacionamento.

    Uma vez que existe a necessidade de oferecer novas experiências, por que não durante o expediente de trabalho? Entre outras inovações que o ano de 2020 proporcionou ao segmento de shopping centers, há a criação de espaços coworking, que ajudaram a manter a saúde financeira dos ativos.

    Papel das administradoras na crise

    Para finalizar, a Abrasce ressalta o apoio que as administradoras dos shoppings deram aos lojistas em meio ao cenário de pandemia e crise econômica: “Em ordem de grandeza, elas abstiveram mais de R$ 5 bilhões em adiamento e suspensão de despesas aos lojistas considerando aluguéis, condomínios e fundos de promoção”.

    A Smartus também procurou a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, mas a organização não retornou os contatos. Já a Associação Brasileira dos Lojistas Satélites afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que os números deste ano somente serão divulgados no início de 2021 em razão do cenário anormal causado pela pandemia. 

    Foto: seventyfourimages/Envato

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