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    Coworking no shopping: modelo faz todo sentido daqui para frente

    Antes da pandemia, empreendimentos já se adequavam para oferecer mix de compras, conveniência e serviços

    Henrique Cisman

    16/07/2020

    Diante da crise é que surgem as oportunidades. Quem nunca ouviu ou disse essa frase? No segmento de shopping centers, uma dessas oportunidades pode ser a criação de espaços de coworking para trabalhadores e estudantes. 

    Foi o que fez o Praça Shopping Uberaba, que construiu seu primeiro coworking – chamado Praça Business – em meados de maio na tentativa de minimizar os impactos decorrentes do novo coronavírus. De acordo com a gerente operacional da unidade, Ana Lúcia Coeli, a ideia deve ajudar a manter a saúde financeira do empreendimento, por se tratar de um serviço extra. 

    “Temos que ser rápidos e proativos. Chegamos num ponto em que a situação está ficando insustentável, mas também enxergamos que é hora de inovar. Com toda crise, também nasce o desejo de investir em um novo negócio”, afirmou a executiva ao portal JM Online antes da inauguração do espaço.

    Para o sócio da Brain Inteligência Estratégica, Guilherme Werner, trata-se de um movimento que já era observado antes da pandemia a fim de tornar os shoppings hubs de serviço no lugar de centros de compra, somente. Durante entrevista à Smartus, ele citou o exemplo do Pátio Batel, em Curitiba, onde está instalado o Instituto de Neurologia da cidade.

    “Os shoppings já passavam por uma reestruturação no [período] pré-pandemia para um formato mix. Uma das inovações era levar pessoas para trabalhar no shopping, o que é uma bela ideia, pois eles geralmente estão muito bem localizados, são geradores de fluxo, têm estrutura de gastronomia e serviços complementares – como agência bancária, papelaria etc. – que suportam essa iniciativa”, afirma.

    Especificamente sobre o coworking, Werner opina que o modelo faz todo sentido daqui para frente. Visão semelhante tem o CEO da SiiLA Brasil, Giancarlo Nicastro. Em entrevista recente à Smartus, o executivo comentou que apesar do forte impacto momentâneo devido ao isolamento social, os coworkings novamente serão a solução para muitas empresas, assim como ocorreu na última crise econômica.

    “O coworking bombou no mercado justamente no momento de crise [2015 a 2017], pois no modelo tradicional de locação de escritórios o contrato é de no mínimo 3 anos. Se [a empresa] precisa reduzir o escritório e não quer ter um custo fixo alto, para onde ela vai? Para o coworking”, avalia Nicastro. 

    Na ocasião, o executivo destacou que agora a tendência é que muitas companhias optem pela descentralização de seus escritórios, criando clusters em várias regiões periféricas, mais próximas da residência do funcionário. 

    Para Werner, esta é mais uma vantagem dos shoppings, já que eles estão espalhados por toda a cidade: “Por que 1 milhão de pessoas saem todos os dias da Zona Leste para ir à Zona Sul [de São Paulo]? Nessa lógica, por que não colocar um coworking bacana dentro do Shopping Anália Franco, no Tatuapé, para absorver essa demanda de clientes?”, ressalta.

    O mesmo vale para outras cidades de grande porte, como o Rio de Janeiro: “Muita gente sai da Zona Norte para ir à Barra da Tijuca, à Zona Oeste. Por que não colocar no Shopping Nova América – que tem dentro dele uma estação de metrô – um coworking bacana, estruturado, que permita alcançar o trabalhador que mora mais distante?”, questiona o especialista.

    Em contato com a assessoria de imprensa da Ancar Ivanhoe, responsável pela administração do Shopping Nova América, fomos informados de que havia um coworking no empreendimento, mas o mesmo foi desativado “já há algum tempo”, assim como nas unidades Shopping Boulevard e Botafogo Praia.

    Já o coworking do Madureira Shopping, também da Ancar Ivanhoe, está com o espaço fechado desde 18 de março, quando começou o isolamento social no Rio de Janeiro. De acordo com a assessoria, não está definido se o espaço será reativado.

    Outra administradora a apostar no coworking mesmo antes da pandemia é a Cyrela Commercial Properties, dona do Tietê Plaza Shopping. De acordo com Ana Paula Cacciari, gerente de marketing do empreendimento, o espaço foi inaugurado em abril de 2018 com objetivo de facilitar o acesso ao trabalho e ao estudo.

    Temporariamente fechado por causa da pandemia, o coworking do Tietê Plaza Shopping tem uma área de 30 m² equipada com bancadas, tomadas, mesas de reunião e Wi-Fi. “No momento, o shopping avalia a sua reabertura a partir de agosto, respeitando todas as medidas de segurança necessárias e limitando a permanência de apenas três pessoas por vez no local”, afirma Cacciari.

    Antes da pandemia, aberto durante todo o tempo de funcionamento do shopping, o WorkSpace recebia, em média, 2,5 mil pessoas por mês. “Acreditamos que, por uma demanda do mercado, este espaço possa ser bem utilizado e com maior frequência pelos nossos clientes”, encerra a porta-voz do Tietê Plaza. 

    Foto: Fábio Ortolan

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