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    Retrospectiva: galpões logísticos passam ‘imunes’ à Covid-19

    E-commerce foi responsável pela locação de grande parte dos espaços

    Daniel Caravetti

    16/12/2020

    Se há um segmento do mercado imobiliário imune ao novo coronavírus, com certeza são os galpões logísticos. Impulsionado pelo crescimento do e-commerce no cenário de isolamento social, o ramo não se deixou abalar pela crise econômica e bateu recordes ao longo deste ano.

    Segundo estudo da Colliers International enviado pela Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), no alto padrão, o 3º trimestre apresentou o segundo maior volume de inventário locado dos últimos 5 anos, com absorção bruta de 783 mil m². Desse total, 65% foi alugado nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

    Enquanto isso, a absorção líquida, saldo entre locações e devoluções, foi de 502 mil m² e atingiu a máxima histórica ao superar o 4T19, quando o indicador atingiu 492 mil m². A taxa de vacância, por sua vez, caiu para 16% no 3T20, um ponto percentual abaixo do que em 2019.

    “O mercado de galpões classe A atravessa um grande momento. Apesar de todos os percalços da pandemia, nunca se alugou tantos espaços como em 2020”, afirma Abner de Oliveira, diretor comercial da Divisão Logística da Colliers International e um dos líderes do Comitê de Real Estate da Associação Brasileira de Logística (Abralog).

    Papel do e-commerce

    Considerando o desempenho positivo do segmento de galpões logísticos, é importante ressaltar o crescimento do comércio eletrônico em meio à pandemia. De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com o Movimento Compre & Confie, o faturamento do e-commerce brasileiro alcançou a marca de R$ 41,92 bilhões em agosto.

    O número se refere ao período a partir de janeiro deste ano e representa aumento de 56,8% se comparado aos oito primeiros meses de 2019. A alta se reflete no aluguel de espaços logísticos: “Cerca de 40% dos novos contratos foram fechados por grandes nomes do mercado ou operadores logísticos e transportadores ligados ao e-commerce”, diz Oliveira.

    “Portanto, podemos dizer que a cadeia do comércio eletrônico é a grande responsável por esse momento do mercado. O last mile está cada vez mais em voga, fazendo, por exemplo, com que condomínios próximos à capital paulista operem com vacância próxima de zero e apresentem preços até 30% acima do valor médio de galpões classe A no estado”, completa.

    Elevação nos preços

    Tal alta nos preços deve se expandir para outras regiões, tornando-se uma tendência no segmento de galpões logísticos em todo o país. De acordo com o especialista da Colliers International, o movimento é explicado pela lei de oferta e procura.

    “Com menos oferta, o preço tende a subir. As concessões nas negociações já não são tão presentes e esse é o primeiro indicativo de que os valores devem se elevar em 2021”, diz Oliveira, que crê em um aumento de 7% a 10% no preço pedido, o qual esteve próximo a R$ 19/m²/mês ao final do 3º trimestre de 2020. 

    Novas entregas

    Sobre a relação de oferta e demanda, também é importante ressaltar que mesmo diante de um bom momento, o segmento de galpões logísticos está mais consciente quanto à entrega de novos espaços. No 3º trimestre, levando em conta todos os perfis de ativos, o inventário chegou a 16,4 mil m² de área construída.

    “O mercado está cada vez mais disciplinado, desenvolvendo e entregando novos empreendimentos em linha com o potencial de absorção de um determinado período, normalmente 12 meses. Com isso, uma oferta excessiva fica restrita a um período muito curto, de um ou dois trimestres no máximo, tempo necessário para o mercado começar a absorver os novos condomínios”, conclui Oliveira.

    Foto: praethip/Envato

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