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Fornecedores da construção reduzem projeções, mas ano deve ser positivo
Revisões são resultado da economia em ritmo abaixo do esperado no início do ano
11/7/19
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) reduziu a projeção de crescimento para o setor de 2% para 1,5% em 2019, já considerando a inflação estimada para o período. De acordo com o presidente da entidade, Rodrigo Navarro, não se trata de um resultado ruim, mas de ajuste devido a fatores como PIB abaixo do esperado e lentidão na aprovação da reforma da Previdência.
Em entrevista concedida ao Valor Econômico, Navarro afirmou que a expectativa para 2019 é de reforço da reversão ocorrida no ano passado, quando as fornecedoras de materiais de construção apresentaram crescimento de 1% após três anos consecutivos de quedas na receita – entre 2015 e 2017.
A Abramat enxerga com otimismo a vontade do governo reformular o programa Minha Casa, Minha Vida – ainda que o Ministério do Desenvolvimento Regional não tenha dado muitos detalhes da reforma. A expectativa é que as mudanças resultem no aumento da demanda por materiais, com novas obras sendo iniciadas.
A associação também projeta avanços em virtude da nova Previdência, capaz de acelerar a retomada de obras de infraestrutura no País já no quarto trimestre, se concretizada até agosto. Outra boa notícia é a redução das taxas de depósito compulsório nos bancos, anunciada no fim do mês passado pelo Banco Central, que pode injetar R$ 100 bilhões na economia, segundo cálculo divulgado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Antes da Abramat, outras associações já haviam revisado suas projeções de crescimento para 2019: a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) diminuiu o limite da projeção de 3,5% para 1,5%, e a Associação Nacional dos Fabricantes de Revestimentos Cerâmicos (Anfacer) baixou de 5% para 3,5%.
Por outro lado, é positivo em 43.118 postos de trabalho o saldo de empregos na construção civil gerados entre os meses de janeiro e maio, de acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Indústria do cimento mantém projeção
Em caminho oposto, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) mantém a projeção de crescer entre 3% e 3,3% em 2019, após amargar quatro anos seguidos de recuo. O setor viveu seu melhor ano em 2014, quando forneceu 71,7 milhões de toneladas à construção; no ano passado, foram apenas 52,7 milhões de toneladas.
De acordo com o presidente do sindicato, Paulo Penna, o crescimento na casa dos 3% é insuficiente para revelar uma recuperação da indústria cimenteira, mas é importante para interromper a sequência de quedas. Atualmente, 47% da capacidade fabril das empresas do setor estão ociosas.
No 1º semestre, o mercado avançou 1,5%, o que indica necessidade de avançar em torno de 4,5% de julho a dezembro para alcançar a projeção do sindicato. Penna espera um crescimento mais robusto no 2º semestre mediante acontecimentos como a reforma da Previdência e a permanência da retomada do mercado imobiliário, principal responsável pelos melhores números entre janeiro e junho.
Assim como a Abramat, o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento confia em uma agenda econômica positiva do governo para o mercado, que inclui melhorias no programa Minha Casa, Minha Vida, reforma tributária, privatizações e concessões em obras de infraestrutura (veja aqui, aqui e aqui).
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