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Empréstimos junto ao SBPE confirmam retomada do mercado
Crédito para compra e construção de imóveis nos últimos 12 meses é o maior desde o período entre junho/14 e maio/15
4/7/19
O boletim mais recente divulgado pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) indica que o setor apresentou curva de alta nos primeiros cinco meses de 2019, principalmente em relação à compra e construção de imóveis voltados a consumidores de médio e alto padrão.
Em maio, os financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) somaram R$ 6,59 bilhões, alta de 20,6% em relação a abril e de 46,6% no comparativo com o mesmo período do ano passado. O valor é o maior para o mês desde 2015 – ano que marcou o início da crise no setor imobiliário.
A retomada fica ainda mais evidente se considerado o montante emprestado nos últimos 12 meses, que alcançou R$ 65,25 bilhões, maior quantia desde o período compreendido entre junho/2014 e maio/2015. Em relação aos 12 meses anteriores, a alta foi de 41,3%, financiando a compra ou a construção de 253.320 unidades.
Nos cinco primeiros meses de 2019, o SBPE emprestou R$ 27,65 bilhões para o mercado imobiliário, o que representou avanço de 39,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado está acima do projetado pela Abecip no início do ano, quando estimou acréscimo de 20% no crédito tomado junto à poupança entre janeiro e dezembro, na comparação com 2018.
Tendo como base a previsão da entidade, os recursos emprestados entre janeiro e maio representam, aproximadamente, 40% do total estimado. Pela primeira vez nos últimos 4 anos, a poupança deve superar o FGTS no crédito imobiliário.
O cenário é animador porque os números são positivos mesmo sem a aprovação da reforma da Previdência – embora esteja claro que o mercado já se movimenta com a certeza de que ela vai sair. Outro fator que contribuiu para o aquecimento do setor são as menores taxas de juros cobradas pelos bancos.
Mesmo com mais recursos emprestados pelo mercado imobiliário junto ao SBPE, o saldo da poupança fechou o mês de maio na máxima de 2019, com R$ 615,7 bilhões em caixa.
A retomada só não é mais efetiva porque desde o fim do ano passado o governo federal enfrenta dificuldades nos repasses para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, responsável por dois terços dos lançamentos e das vendas de imóveis em 2018.
Entidades e empresários do setor temem que uma eventual liberação do saldo do FGTS – pensada pelo governo para aquecer a economia – diminua o crédito disponível para o mercado imobiliário, o que teria maior impacto justamente sobre imóveis econômicos, mas a questão ainda não foi definida.
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