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Notícias
Empresas aportam quase 1.000% a mais do que o mínimo em leilão de aeroportos
Duas das três vencedoras são estrangeiras
15/3/19
O leilão de 12 aeroportos brasileiros realizado na manhã desta sexta-feira (15) arrecadou 986% a mais do que o mínimo estipulado pelo governo. As empresas vencedoras vão aportar R$ 2,37 bilhões à vista para obter a outorga que autoriza a exploração dos complexos aeroportuários pelos próximos 30 anos.
O expressivo valor vai ao encontro das expectativas do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, antes do leilão, quando já previa forte concorrência em todos os blocos. O resultado reforça o discurso do governo de que os investidores estão confiantes com o andamento das reformas e com as diretrizes econômicas da gestão do presidente Jair Bolsonaro.
Aeroportos leiloados
Pela primeira vez no Brasil, o leilão foi dividido em blocos, tendo como critério a localização dos aeroportos – Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
Com seis complexos em jogo (Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Campina Grande e Juazeiro do Norte), o bloco do Nordeste já era apontado como o mais concorrido e recebeu a maior proposta pela outorga à vista, R$ 1,9 bilhão, ágio pouco acima dos 1.000% em relação ao mínimo previsto.
O bloco do Sudeste, que conta com apenas dois aeroportos – Vitória (ES) e Macaé (RJ) – foi arrematado por R$ 437 milhões, montante 830% maior do que o mínimo.
Já o bloco da região Centro-Oeste surpreendeu recebendo uma proposta 4.739% maior do que o valor esperado, equivalente a R$ 40 milhões à vista para exploração dos complexos de Cuiabá, Sinop, Alta Floresta e Rondonópolis.
Investimento estrangeiro
Duas das três empresas vencedoras do leilão são estrangeiras – a espanhola Aena Desarollo Internacional ficou com o bloco do Nordeste e a suiça Zurich Airport levou o bloco do Sudeste. Em janeiro, após participação de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, na Suiça, já se projetava investimentos bilionários vindos de fora.
Isso porque o discurso do presidente, embora criticado pela maior parte da imprensa, foi visto com bons olhos pelos investidores, uma vez que bateu na tecla de priorizar reformas fiscais e abrir a economia. Na época, análises de bancos de investimento de todo o mundo indicaram que o Brasil tinha potencial para receber R$ 100 bilhões no médio prazo.
Além do valor da outorga à vista, as empresas vencedoras devem investir mais R$ 3,5 bilhões em melhorias nos aeroportos durante os próximos 30 anos. Os maiores aportes vão acontecer nos primeiros cinco anos de administração.
A partir do sexto ano, também começam a pagar prestações que compõem a outorga total, que é de R$ 1,7 bilhão no Nordeste, R$ 435 milhões no Sudeste e R$ 9 milhões no Centro-Oeste. O montante, porém, pode variar de acordo com a receita bruta dos aeroportos, mecanismo chamado de risco compartilhado.
Com os 12 aeroportos leiloados hoje, a iniciativa privada agora administra 22 complexos no Brasil. A Infraero ainda é responsável por 44 aeroportos, sendo os de maior movimentação Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).
Ontem, a Secretaria de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura informou a intenção do governo de leiloar mais 22 aeroportos até o fim de 2020.
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