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    Construção fecha 18,7 mil empregos em maio, 73,2% menos que em abril

    Apesar do saldo negativo, setor dá sinais de que pior já passou

    Henrique Cisman

    30/06/2020

    Dados do Novo Caged divulgados nesta segunda-feira (29) pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia mostram que o Brasil fechou mais 331 mil vagas de emprego formal no mês de maio. Agora, o saldo no ano é negativo em 1,14 milhões de postos de trabalho com carteira assinada.

    Apesar de ser o terceiro mês consecutivo com mais demissões do que admissões, exatamente o período a partir do início da quarentena no país, em maio o saldo desacelerou na comparação com abril, quando 902 mil pessoas perderam seus empregos (número com ajuste sazonal). 

    O mesmo movimento é observado no setor de construção: em maio, foram encerradas 18,7 mil vagas entre contratações e desligamentos com carteira assinada, número 73,2% inferior ao resultado de abril, quando 70 mil postos de trabalho foram fechados no setor. No ano, o saldo é negativo em 44,6 mil vagas, o que corresponde a pouco mais de 2% de todos os empregos na construção.

    Dentre os cinco grupamentos de atividade econômica definidos pelo Novo Caged, a agropecuária é o que apresenta o melhor resultado, com saldo positivo de 25,4 mil vagas nos primeiros cinco meses de 2020. Na sequência, está justamente a construção. Os setores de comércio (- 446 mil) e serviços (- 442 mil) são os que mais demitiram e menos contrataram proporcionalmente até o momento.

    Freio na retomada

    A construção aparecia como protagonista na recuperação do emprego no Brasil após a crise econômica de 2014 a 2017. No ano passado, o setor respondeu por 11% do total de novos empregos no país, criando 71 mil vagas formais de trabalho. Somente em janeiro e fevereiro de 2020, a construção havia aberto mais de 60 mil postos de trabalho entre admissões e desligamentos.

    O recorte dos primeiros dois meses deste ano na comparação com o resultado total de 2019 indica que a retomada estava a todo vapor (ou a todo tijolo e cimento, com o perdão do trocadilho) na construção. O setor deve ser um dos primeiros a superar a recessão no tocante aos empregos, como já indicam os números de maio, cujo saldo foi somente um pouco pior do que em março. Veja a seguir.

    O setor de construção (em destaque amarelo), apesar do saldo negativo, já demonstra desaceleração na quantidade de demissões. Fonte: Novo Caged

    Atualmente, a construção responde por 5,7% de todos os empregos no Brasil. Em maio, a quantidade total de vínculos celetistas ativos no país foi de 37,66 milhões, retração de 0,87% em relação a abril. O recuo foi praticamente o mesmo na construção (0,88%), resultado dos 18,7 mil empregos fechados. 

    Sul e Sudeste têm os piores números

    No mês passado, as regiões Sul e Sudeste lideraram em demissões, com saldos negativos de 78,6 mil e 180,4 mil vagas, respectivamente. Percentualmente, a região Sul é a que mais fechou postos formais de trabalho em maio (1,1%). O Centro-Oeste apresentou a retração menos significativa (0,39%). Em relação aos estados, somente o Acre teve mais admissões que desligamentos, com saldo de 130 vagas – único estado positivo entre janeiro e maio. Veja abaixo.

    Maior empregador do país, o Estado de São Paulo lidera em demissões nos últimos meses. Na outra ponta, Acre é o único a apresentar resultados positivos em maio e nos primeiros cinco meses de 2020. Fonte: Novo Caged

    O recorte nacional dos primeiros cinco meses do ano mostra que a pandemia do novo coronavírus foi mais impactante aos empregos do que a última crise econômica brasileira. Em 2016, até então o pior ano da década, foram fechados 448 mil postos de trabalho entre janeiro e maio. Para se ter noção, isso é praticamente o mesmo que somente o comércio fechou de vagas em 2020, no mesmo período.

    Por outro lado, a recuperação da economia deve ocorrer mais rapidamente, já que o declínio de empregos formais não tem origem em uma crise financeira. Óbvio que a pandemia está causando uma recessão econômica, mas o comparativo dos números de maio e abril já indica uma desaceleração deste recuo. Com parte da economia voltando a funcionar, a tendência é que o resultado de junho seja melhor.

    Em maio, o salário médio real de admissão caiu e voltou ao patamar do início do ano: R$ 1.731,33. A variação no comparativo com abril foi de – 4,35%.

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