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Notícias
Agosto registra maior volume financiado em imóveis desde 1994
Com aumento mensal de 11%, crédito imobiliário foi destaque em levantamento do Banco Central
Daniel Caravetti
28/09/2020
Em agosto, o volume financiado no crédito imobiliário com recursos do SPBE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) foi o maior, em termos nominais, da série histórica pós-real, iniciada em julho de 1994. Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
Esta foi a quarta alta consecutiva do indicador, que atingiu R$ 11,7 bilhões em agosto, alta de 8% em relação a julho e de quase 75% comparativamente ao mesmo mês do ano passado. Confira o gráfico, que mostra uma queda no início do ano e uma rápida recuperação a partir de junho.
Já no comparativo dos primeiros oito meses de 2019 e de 2020, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis cresceram aproximadamente 40%, atingindo R$ 65,9 bilhões. Em relação a igual período de 2018, a alta é ainda maior, de 83%.
Destaque no relatório do Banco Central
Outro levantamento, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28), confirma o aumento indicado pela Abecip. Segundo o relatório, os bancos emprestaram 4,5% a mais para as famílias em agosto, em relação a julho, com destaque para os financiamentos imobiliários, que aumentaram 11% no período.
Unidades financiadas
Segundo a Abecip, ao todo, foram 39,5 mil imóveis financiados na modalidades de aquisição e construção em agosto de 2020. O resultado é 7% superior ao mês anterior e quase 50% maior que o apurado em agosto do ano passado. Veja o gráfico.
Entre janeiro e agosto de 2020, foram financiadas 237 mil unidades, valor 31,3% superior ao mesmo período de 2019. Já na comparação com 2018, o crescimento é de 67% no total de unidades financiadas com recursos do SBPE.
Vale lembrar que em questão de unidades financiadas, esta foi a quinta melhor marca para um mês de agosto na série histórica pós-real. Desse modo, nota-se que o recorde batido quanto ao valor financiado teve influência da inflação corrente da economia, não considerada no boletim informativo mensal.
Ticket médio
Em agosto de 2020, o ticket médio nas operações contratadas com recursos do SBPE para construção ou aquisição – calculado pelo volume financiado dividido pela quantidade de operações – foi de R$ 296 mil, acima do mês anterior, de R$ 294 mil, e de agosto do ano passado, de R$ 254 mil.
De janeiro a agosto de 2020, o ticket médio é de R$ 278 mil, acima do registrado nos dois anos anteriores. Nos oito primeiros meses de 2019 e 2018, os valores registrados foram R$ 261 mil e R$ 253 mil, respectivamente. Os aumentos mensais e anuais confirmam que o mercado de alta renda têm ganhado força.
Captação líquida da poupança
Em agosto de 2020, a captação líquida da poupança ficou positiva pelo sexto mês consecutivo, desta vez em quase R$ 8 bilhões, melhor resultado para um mês de agosto na série histórica pós-real.
É importante ressaltar que, de janeiro a agosto, a captação líquida somou R$ 95,8 bilhões, outro recorde da série. O anterior havia sido registrado em 2013, quando o saldo no período foi positivo em R$ 31,8 bilhões.
Segundo a Abecip, “a mudança de hábitos decorrentes do isolamento social, como a redução de consumo e a maior preocupação financeira, conjugados à queda na rentabilidade das demais aplicações e às perdas no mercado acionário, podem estar levando maior número de pessoas a alocar ou ampliar os recursos depositados nas cadernetas. A isso, se acresce o provável impacto do pagamento do auxílio emergencial sobre a modalidade”.
Caixa segue liderando o crédito imobiliário
Com R$ 5,2 bilhões financiados para aquisição ou construção de quase 18 mil imóveis no mês de julho, a Caixa segue liderando o crédito imobiliário no país, seguida por Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil.
A parcela da Caixa representou cerca de 44% do total de financiamentos, valor menor que em julho, quando foi de 50%. Os dados confirmam que a disputa pelo mercado de crédito imobiliários tem se acirrado, diversificando opções para o consumidor.
Foto: Media Lab/Estadão
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