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    Produtividade na construção civil avançou 3,7% no 3º trimestre: o que significa?

    Bom desempenho do mercado imobiliário impediu queda maior no agregado da indústria, mas resultado ainda é pontual

    30/01/2020
    Por Henrique Cisman

    O índice de produtividade na construção civil cresceu 3,7% no 3º trimestre do ano passado, de acordo com o relatório dos indicadores de produtividade divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV. O avanço nos negócios imobiliários impediu que o resultado agregado da indústria fosse pior, já que o setor recuou 0,7% no cálculo de produtividade entre julho e setembro do ano passado (considerando as indústrias de construção e de transformação).

    Enquanto o macro segmento industrial apresentou a terceira queda consecutiva, a indústria da construção civil avançou pelo segundo trimestre seguido. O índice de produtividade considera o valor adicionado (PIB setorial) dividido pelas horas trabalhadas, segundo dados das Contas Nacionais Trimestrais e da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE.

    Apesar de o relatório do IBRE/FGV assinalar “uma forte recuperação na produtividade” da construção civil, que já havia crescido 1,7% no 2º trimestre do ano passado, “o dado é muito pontual para pensarmos em um movimento consistente de crescimento de produtividade na construção”, analisa a coordenadora de Projetos da Construção do IBRE/FGV, Ana Maria Castelo.

    Em entrevista à Smartus, a especialista pontua que a retomada está ocorrendo com pouca utilização de mão de obra: “Quando olhamos para os empregos com carteira, já houve saldo positivo em 2019, mas ainda é muito baixo. A atividade começa a melhorar, mas as obras mesmo estão ainda em seu início. Daqui para a frente é que o setor vai utilizar mais mão de obra e aí veremos se houve realmente melhora nos processos produtivos com os próximos resultados”.

    Isso significa que ainda é cedo para comemorar, de modo que os avanços nos últimos dois trimestres analisados podem ser atribuídos à baixa produtividade histórica da construção civil e aos resultados ruins dos trimestres anteriores (utilizados como base de comparação pelo estudo). 

    “É um resultado pontual que não permite saber se o setor investiu em novos processos, se as empresas investiram em modernização e isso está se refletindo em ganhos de produtividade”, afirma Castelo.

    Sobre a terceira queda consecutiva da indústria como um todo, a especialista explica: “É uma questão de como está ocorrendo essa recuperação [da indústria], de quais são os setores que estão puxando a retomada, pois isso certamente influencia na produtividade geral da indústria. Se são os setores menos intensivos em capital puxando a retomada, isso afeta negativamente a produtividade”.

    Gráfico: Taxa de crescimento da produtividade dos principais subsetores da indústria – Brasil

    De fato, a construção civil e o mercado imobiliário têm sido responsáveis por melhorar os indicadores econômicos nacionais, mas são setores essencialmente intensivos em mão de obra, ao contrário da indústria de transformação, que utiliza processos mais modernos e ainda não está nesse movimento forte de retomada. 

    “A produtividade da indústria de construção é inferior à da indústria de transformação e, apesar desse pequeno crescimento, isso não vai se alterar no curto prazo”, analisa Castelo.

    Índice de confiança da construção alcança maior nível desde 2014

    A Fundação Getulio Vargas também divulgou o Índice de Confiança da Construção de janeiro, na terça-feira (28). Ele avançou 2,1 pontos em relação a dezembro, alcançando 94,2, maior nível desde maio de 2014. Foi a oitava alta consecutiva. 

    No relatório, Ana Maria Castelo observa que “o primeiro mês do ano sinaliza o que deve ser a dinâmica dominante ao longo de 2020: o aumento do protagonismo do segmento de edificações, resultante da melhora do mercado imobiliário residencial no ano passado. As pesquisas realizadas em 2019 mostraram alta dos lançamentos e vendas, que começam a se traduzir em obras e, portanto, a impactar os indicadores de atividade setorial”.

    Os números novamente reforçam o que tem sido apontado há meses pela Smartus: o mercado imobiliário em 2020 deve apresentar o melhor desempenho dos últimos anos. Entretanto, ainda existe um longo caminho para o setor retornar aos patamares alcançados antes da crise, “mas as expectativas já mostram empresas otimistas com as tendências dos negócios nos próximos meses”, afirma Castelo.

    O estudo da FGV traz outros números animadores: o Índice de Situação Atual avançou pela oitava vez, chegando a 84,3 pontos, maior valor desde janeiro de 2015, impulsionado pelo otimismo com a carteira de contratos; o Índice de Expectativas alcançou 104,2 pontos, maior valor desde setembro de 2012, com destaque para os sub indicadores de demanda prevista nos próximos três meses e tendência dos negócios nos próximos seis meses.

    Por outro lado, o Nível de Utilização da Capacidade da construção civil recuou 1 ponto percentual, para 70,9%, influenciado pela queda da mão de obra, em linha com os resultados do Caged para novembro e dezembro. O sub indicador de máquinas e equipamentos variou positivamente em 0,5 ponto percentual.

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