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    Sindicatos se posicionam sobre mortes de trabalhadores da construção

    Até terça-feira (19), pelo menos 57 funcionários ou familiares faleceram de covid-19 em São Paulo

    20/05/2020
    Por Henrique Cisman

    Passados quase três meses desde que foi oficialmente confirmado o primeiro caso de covid-19 no Brasil, o Estado de São Paulo registra pelo menos 57 óbitos de trabalhadores e familiares ligados à construção civil. O número foi confirmado à Smartus pelo presidente do sindicato da categoria (Sintracon/SP), Antonio Ramalho, nesta quarta-feira (20).

    Na terça-feira (19) pela manhã, o Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon/SP) e o Serviço Social da Construção (Seconci/SP) divulgaram os primeiros resultados de uma pesquisa realizada junto a construtoras com obras no estado. O levantamento abarcou 6,5 mil trabalhadores e revelou que apenas 0,37% havia contraído a doença, o equivalente a 25 casos confirmados e nenhuma morte.

    Horas depois, a Coluna do Broadcast do Estadão publicou sobre as 57 mortes mencionadas acima, o que levou sindicatos e associações do setor a redigirem nota de esclarecimento sobre o assunto. Ela é assinada pelos presidentes da Abrainc, do Secovi/SP, do Sinduscon/SP, do Seconci/SP e do Sintracon/SP. 

    De acordo com a nota, o número de 57 óbitos decorre de “uma sondagem informal, envolve trabalhadores da construção e seus familiares e abrange todo o período desde o início da pandemia”. O texto ressalta que “não há evidências de que as perdas indicadas, assim como os contágios relatados, estejam ligados diretamente às atividades profissionais nas obras, podendo também ter origem nas residências ou em outros locais”.

    Em relação aos números apresentados na terça-feira (19) pela manhã, a nota explica que Sinduscon e Seconci realizaram a enquete para auferir o andamento das ações propostas desde o início da pandemia, como medição da temperatura corporal dos trabalhadores, higienização das mãos e dos equipamentos de proteção individual e uso de máscaras, dentre outras.

    O presidente do Sintracon, Antonio Ramalho, afirma para a Smartus que os testes oferecidos por Sinduscon e Seconci foram iniciados somente no dia 7 de maio. “O Seconci conseguiu comprar 4 mil testes no final de abril. Os testes começaram no dia 7 de maio e o Sinduscon se baseia nos dados do Seconci, que são quase nada. Quatro mil testes para um universo de 650 mil trabalhadores é nada”. 

    Na nota de esclarecimento, os órgãos reconhecem o ínfimo alcance da pesquisa, equivalente a 0,2% dos trabalhadores da capital paulista.

    Ramalho destaca que as construtoras vêm testando seus funcionários desde março, seja por iniciativa própria ou devido à pressão do sindicato. “A maioria das empresas sonega. Só abre quando ocorre pressão porque somos avisados pelos trabalhadores”. Sobre a quantidade de óbitos, ele diz que não dá para saber exatamente se o número pode ou não ser maior. 

    Continuidade das obras

    De acordo com o presidente do Sintracon/SP, as obras não podem parar, mas os trabalhadores precisam ter segurança. “Em 80% das obras com medidas de segurança, a quantidade de casos é zero. Agora, tem obra com 30 casos positivos, outra com mais de 60 casos, que inclusive vitimou a esposa de um funcionário; ele não apresentou sintomas e transmitiu para ela”, revela.

    O representante dos trabalhadores destaca que a paralisação dos canteiros é extremamente prejudicial: “O pior é não receber o salário no final do mês. O operário recebe em torno de R$ 1,5 mil, pelo menos, e não vai conseguir viver com R$ 600 do governo”, referindo-se ao auxílio emergencial.

    Mesmo assim, cerca de 300 obras já foram paralisadas em algum momento pelo sindicato: “Paralisamos até resolver”, explica Ramalho. “Não temos nenhum interesse em haver lockdown nas obras, isto desde o início. Se houver cuidado, o trabalhador está mais seguro na obra do que em casa. Estamos sendo duros com as empresas que não têm cumprido as recomendações da OMS”, completa.

    Leia também: Continuidade das obras tem apoio de Sinduscon-SP e Sintracon-SP
    Entregas devem seguir cronograma com manutenção dos canteiros

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