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    Fundos imobiliários atingem marca de 1 milhão de investidores

    Especialista explica porque as captações por oferta têm sido maiores em 2020

    Daniel Caravetti

    08/10/2020

    De acordo com o boletim mensal da B3 (Brasil, Bolsa e Balcão), os FIIs (fundos de investimentos imobiliários) atingiram a marca de um milhão de investidores no último mês de agosto, com as pessoas físicas representando 99,5% desse total. Thiago Otuki, economista do Clube FII, comenta a representatividade do acontecimento.

    “É uma marca muito simbólica e todos ficamos felizes com isso. Quando veio a pandemia, houve uma queda em todo o mercado e não sabíamos quando ele mostraria recuperação. Neste momento, a taxa de crescimento não é a mesma de 2019, mas já se mostra consistente”, diz, em entrevista à Smartus.

    Elaboração: B3

    É importante ressaltar que o aumento no número de investidores é de 55% desde o final de 2019 e de 387,5% desde o final de 2018. Para o especialista, esse crescimento exponencial na procura por fundos imobiliários está relacionado com um conjunto de fatores.

    “Reflete um movimento de atratividade da renda variável, à medida que a taxa Selic e os juros de longo prazo vêm caindo e o mercado está recuperando preço. Além disso, o bom desempenho do IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) nos últimos anos, assim como o aquecimento do mercado imobiliário, também atraem investidores para os FIIs”, afirma.

    Número e volume de ofertas

    O boletim também mostra que, neste ano, o número de registros chegou a 70, o que significa 61% do total do ano anterior.  Enquanto isso, o volume de ofertas atingiu R$ 15 bilhões, ou 65% do visto em 2019. A diferença entre as porcentagens indica que as captações por oferta têm sido maiores em 2020. 

    Elaboração: B3

    “À medida em que o mercado se aquece, surge a possibilidade de fazer captações maiores. O cenário atual, com muitas empresas necessitando de fluxo de caixa, abre novas possibilidades para os gestores, que têm buscado captações mais volumosas”, afirma Otuki.

    Para exemplificar este movimento, o especialista lembra que recentemente o fundo imobiliário Alianza confirmou a aquisição de dois edifícios comerciais localizados em São Paulo, por aproximadamente R$ 89 milhões. Os imóveis pertenciam à Dasa, que receberá a quantia e seguirá utilizando os prédios através de um contrato de locação de longo prazo.

    Outra empresa que decidiu negociar bens para manter a sua operação foi a Pernambucanas, que recebeu R$ 450 milhões com a venda de 66 imóveis varejistas para o fundo imobiliário do Credit Suisse. Assim como a Dasa, a Pernambucanas continuará utilizando os espaços, agora locados pela empresa.

    Patrimônio líquido e valor de mercado

    O estudo também divulga o patrimônio líquido dos FIIs, porém do mês de julho. Após queda em maio devido à pandemia, o indicador teve a segunda alta consecutiva e chegou a R$ 107 bilhões. O aumento mensal foi de 1,9%. 

    Enquanto isso, o valor de mercado apresentou a quarta alta consecutiva em julho, atingindo R$ 103 bilhões. A quantia supera o patamar alcançado em dezembro do ano passado, assim como nos dois meses seguintes. Vale lembrar que, neste período, o valor de mercado esteve acima do patrimônio líquido, ao contrário do que vem ocorrendo após a pandemia. 

    Elaboração: B3

    “O patrimônio líquido estar acima do valor de mercado mostra as correções feitas neste ano. Ao determinar o valor de mercado, as consultorias imobiliárias têm reavaliado o preço de imóveis mediante a crise econômica, o que ainda não foi feito pelos próprios fundos imobiliários, que determinam o patrimônio líquido”, garante o economista do Clube FII.

    “De qualquer maneira, este é um sinal positivo, de que o mercado está barato. Quando o valor de mercado começa a descolar muito do patrimônio líquido, significa que os investidores estão pagando caro pelas cotas”, conclui.

    Anbima

    Outro levantamento, realizado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), revela as emissões de mercado de capitais em setembro, que teve captação de R$ 22 bilhões, 21,6% abaixo de agosto. Enquanto isso, no ano, o volume emitido chega a R$ 236,9 bilhões, 21,44% abaixo do observado no mesmo período de 2019

    Já os fundos de investimentos imobiliários registraram um volume de R$ 2,3 bilhões em setembro, 46,3% abaixo do que no mês anterior. Porém, em 2020, mesmo com a pandemia, o montante emitido chega a R$ 29,7 bilhões, pouco abaixo dos R$ 25,2 bilhões vistos no mesmo período de 2019. 

    Foto: avanti_photo/Envato

     

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