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    Notícias

    Franquias de Casa e Construção são destaque em pesquisa da ABF

    Bom desempenho das redes tem correlação com a retomada do mercado imobiliário

    05/02/20
    Por Daniel Caravetti

    Com papel determinante do segmento de Casa e Construção, as franquias brasileiras registraram um crescimento nominal em receita de 6,9% em relação a 2018, segundo balanço prévio da Associação Brasileira de Franchising (ABF). De acordo com Marcelo Maia, diretor executivo do órgão, o bom desempenho destas redes tem correlação com a retomada do mercado imobiliário.

    “A partir do momento em que existe um incremento neste setor, automaticamente surgem demandas por outros produtos e serviços relacionados. Houve aumento significativo de empreendimentos lançados e de compra e venda de imóveis, que movimentam toda a cadeia”, diz o especialista, que ainda lista as cinco maiores franquias de Casa e Construção em atuação no país: iGUi, Casa do Construtor, Remax (EUA) Imaginarium e Multi Coisas.

    Considerando franquias de todos os segmentos, o estudo aponta que houve crescimento de 5,1% em termos de unidades em operação, de 1,4% no número de redes e de 4,8% no número total de empregos diretos das franquias. A estimativa da instituição é que para cada unidade de franquia aberta em 2019 foi criada uma média de 9 postos de trabalho formal no Brasil. 

    A internacionalização das franquias nacionais foi outro elemento analisado pela pesquisa. Em 2018, havia 145 redes nacionais com operações em 114 países. No ano passado, a quantidade passou para 163 redes, porém com atuação em menos países, 107. 

    Se no Brasil o segmento de Casa e Construção foi destaque, fora dele acabou perdendo força. O número de franquias brasileiras no exterior caiu de 18 para 16 em 2019, mas segue sendo relevante, representando 26% do total. Vale lembrar que em 2010 havia apenas cinco redes fora do país. Veja a tabela.

    Gráfico mostra atuação das franquias brasileiras no exterior

    Dados: ABF

    Para Maia, a queda de Casa e Construção no exterior não está relacionada com um movimento macroeconômico: “A saída destas companhias partiu de algum tipo de decisão empresarial específica. Não existe nenhum motivo setorial que justifique. Pensando em todos os segmentos, temos visto aumentos constantes de internacionalização nos últimos anos”.

    Mesmo com a queda do segmento, a franquia brasileira de maior sucesso no exterior atua no ramo de Casa e Construção. Trata-se da iGUi, a maior fabricante e comercializadora de piscinas do mundo, de acordo com a ABF. Fundada em 1995, a empresa deu início à sua expansão internacional no início dos anos 2000, abrindo suas primeiras unidades no exterior e inaugurando fábricas na Argentina e em Portugal. 

    Desde então, a companhia deu sequência ao projeto de internacionalização, chegando em 2018 ao quinto continente, a Oceania, com a abertura de cinco lojas na Austrália. Atualmente, a franquia conta com mais de 800 unidades, sendo 222 no exterior, distribuídas em mais de 50 países. Em relação às fábricas, existem 16 no Brasil, duas na Argentina, uma no Paraguai, uma no México, uma em Portugal e uma nos Estados Unidos. 

    Fábrica da iGUi, a maior franquia brasileira, no México

    Fábrica de piscinas da iGUi em Vera Cruz, no México (Crédito: iGUi)

    Em entrevista à Smartus, Filipe Sisson, CEO e fundador da iGUi, falou sobre o processo de internacionalização da marca: “Na Argentina, implementamos o nosso modelo, com as nossas características e chegamos a ter 80% do mercado. Mas, nos outros lugares, como a Europa, o negócio não aconteceu automaticamente, e a princípio não fomos bem sucedidos”.

    “Tentamos executar o sistema que já havia dado certo, fracassamos e começamos do zero, afinal, cada lugar tem suas características específicas. Essa é uma lição que pode ser compartilhada com outras empresas que planejam atuar no exterior. Muitas vezes há de se mexer no projeto: a maneira de vender, de distribuir. Também é necessário fazer parcerias locais, pois elas cortam muito caminho. Hoje, estamos bem estabelecidos na Europa”, completa.

    Vale lembrar que a iGUi ainda é dona de outra rede, a Tratabem, especializada em manutenção de piscinas em geral e vendas de produtos químicos. Esta, porém, faz parte do segmento de serviços e atua somente no Brasil. “É uma franquia nova, com cerca de cinco anos, mas já tem mais de 100 unidades no país. Estamos caminhando e sabemos que o futuro está muito ligado aos serviços”, diz Sisson.

    O CEO da marca ainda comentou a possibilidade de internacionalizar a Tratabem: “Este tipo de negócio, se fosse levado para o Estados Unidos ou Europa, talvez avançasse mais rápido do que no Brasil, pois são mercados acostumados a pagar por serviços. Porém, ainda estamos amadurecendo a empresa aqui e, quem sabe, levamos ela para o exterior também”. Confira a entrevista na íntegra aqui.

    Concorrência

    Enquanto algumas franquias brasileiras buscam sucesso internacional, concorrentes estrangeiros também ingressam no mercado nacional. A ABF listou a existência de 214 redes estrangeiras operando no Brasil, originárias de 30 países, no ano passado. O aumento foi de, respectivamente, 13% e 25% em relação aos indicadores de 2018. Os Estados Unidos mantêm a liderança, com 81 marcas, seguidos por Portugal, com 22, e Espanha, com 17. 

    Além de fomentar internamente o segmento de Casa e Construção, a retomada do mercado imobiliário brasileiro também fez duas novas franquias estrangeiras ingressarem no país em 2019, pulando de 13 para 15 empresas. Confira os números de todos os segmentos na tabela abaixo.

    Gráfico mostra atuação de franquias estrangeiras no Brasil

    Dados: ABF

    Perspectivas

    Para este ano, a ABF projeta uma elevação de 8% no faturamento do setor de franquias, de 6% na expansão das unidades e de 1% no número de redes. Quanto à geração de empregos, a estimativa é que haja um incremento de 6%. O diretor do órgão, Marcelo Maia, falou sobre a expectativa.

    “Tudo isso é projetado em função da maturidade que o setor de franchising vem adquirindo. Além disso, as expectativas dos franqueadores são positivas, uma vez que existe otimismo em relação ao ambiente econômico, com uma cenário de queda dos juros e previsão de crescimento do PIB em mais de 2% para 2020”, afirma.

    “A melhora no índice de confiança também afeta o setor de construção civil, que consequentemente tem relação com as franquias de Casa e Construção, como foi citado anteriormente. Em pesquisa feita recente com as redes deste segmento associadas à ABF constatamos que, nos últimos anos, eles têm investido muito em gestões próximas, ou seja, diminuir distâncias entre franqueador e franqueado, e na reformulação dos pontos de venda. Isso deve ajudar a trazer bons retornos”, conclui.

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