Receba nosso conteúdo exclusivo!

O melhor conteúdo sobre o mercado imobiliário para você ficar por dentro de tudo o que acontece no setor!

    N
    Notícias

    Volume financiado em imóveis bate terceiro recorde consecutivo

    Ticket médio das unidades residenciais é de R$ 285 mil em 2020

    Daniel Caravetti

    26/11/2020

    Em outubro, os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SPBE) somaram R$ 13,86 bilhões e renovaram, pela terceira vez consecutiva, o recorde mensal da série histórica iniciada em julho de 1994 (Plano Real). Os dados são da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).

    Em relação ao mês anterior, outubro registrou aumento de 7,4% no volume contratado, e comparativamente ao mesmo mês do ano passado, de 84%. Veja o gráfico, que mostra um crescimento ininterrupto no volume financiado a partir de de abril.

    Elaboração: Abecip

    Já considerando os primeiros dez meses de 2020, os empréstimos destinados à aquisição e construção de imóveis atingiram R$ 92,67 bilhões, com alta de 48,8% em relação ao mesmo período de 2019. O valor, inclusive, já ultrapassou o resultado de todo o ano passado, com R$ 78,7 bilhões.

    Considerando a série histórica pós-real, apenas o ano de 2014, que marcou o fim do último ciclo de alta, apresenta um resultado mais expressivo no volume financiado entre janeiro e outubro, com R$ 93,22 bilhões. Naquela oportunidade, o ano foi encerrado com R$ 112,9 bilhões financiados.

    Para o especialista Gilberto Melo, CEO do portal Click Habitação, a atual alta procura por crédito imobiliário, mesmo em um cenário de pandemia e crise econômica, está relacionada com três aspectos: baixo patamar de juros, valorização do lar durante a pandemia e preços controlados. 

    “A queda nas taxas de juros do financiamento imobiliário permitiu que mais pessoas estejam aptas a comprar um imóvel. No caso das pessoas já antes habilitadas, elas agora podem financiar em melhores condições (menor prazo) ou comprar um imóvel de maior valor”, diz.

    “Os baixos juros, aliados à mudança cultural durante a pandemia, com as pessoas querendo mais espaço e lazer, e os preços de imóveis ainda relativamente baixos em função da crise econômica passada, formaram a conjuntura ideal para o crescimento da procura por imóveis e, como consequência, dos financiamentos imobiliários”, completa Melo.

    Unidades financiadas 

    Segundo a Abecip, em outubro de 2020 foram financiados 45,5 mil imóveis nas modalidades de aquisição e construção, resultado 8,3% superior ao de setembro e 53,6% superior ao de outubro de 2019. Já são seis altas consecutivas, conforme ilustrado no gráfico.

    Elaboração: Abecip

    Considerando o acumulado de 2020, foram financiadas 324,6 mil unidades até então, resultado 36,8% maior que o de igual período de 2019. O valor também já supera o resultado geral do ano passado, que teve 298 mil unidades residenciais financiadas.

    Ticket médio

    Em outubro de 2020, o ticket médio nas operações contratadas com recursos do SBPE para construção ou aquisição – calculado pelo volume financiado dividido pela quantidade de operações – foi de R$ 304 mil, pouco abaixo do mês anterior, R$ 307 mil, mas bastante acima de outubro do ano passado, R$ 253 mil.

    De janeiro a outubro de 2020, o ticket médio é de R$ 285 mil, acima do registrado nos dois anos anteriores. Nos dez primeiros meses de 2019 e 2018, os valores registrados foram R$ 262 mil e R$ 250 mil, respectivamente. Os aumentos indicam que o mercado de média e alta renda têm ganhado espaço nos últimos anos.

    Captação líquida da poupança

    Entre depósitos e retiradas, a captação líquida do SBPE foi positiva pelo oitavo mês consecutivo, desta vez em R$ 4,06 bilhões. Este foi o melhor resultado para um mês de outubro na série histórica pós-real. Veja o gráfico.

    Elaboração: Abecip

    Vale lembrar ainda que, de janeiro a outubro de 2020, a captação líquida somou R$ 109,8 bilhões, outro recorde da série. A melhor marca até então havia sido registrada em 2013, quando o saldo neste mesmo período foi positivo em R$ 40,6 bilhões.

    Segundo a Abecip, a captação líquida das cadernetas da poupança “continua refletindo os efeitos da redução do consumo e da maior preocupação das famílias com sua situação financeira dada a pandemia e seus efeitos sobre a economia”.

    A entidade ainda cita outros motivos que levam muitas famílias a aumentar a sua reserva financeira, como a queda da rentabilidade das demais aplicações e perdas no mercado acionário. Neste momento, o saldo total da poupança é de R$ 783,4 bilhões.

    Caixa segue liderando o crédito imobiliário

    Com R$ 5,8 bilhões financiados para aquisição ou construção de quase 17,7 mil imóveis em outubro, a Caixa Econômica segue liderando as cartas no crédito imobiliário do país, seguida novamente por Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil. A parcela do banco representou cerca de 41% do total de financiamentos, valor maior que em setembro, quando foi de 35%. 

    Sobre isso, o CEO do portal Click Habitação cita que a Caixa aproveitou o bom momento do setor imobiliário para alavancar mais créditos. No entanto, lembra que os bancos privados, assim como algumas fintechs, também se atentaram ao cenário e fortaleceram a atuação neste segmento.

    “A concorrência pelos melhores clientes está acirrada e assim tivemos quedas sucessivas nas taxas de juros, além da criação de novas modalidades de crédito imobiliário com a utilização de indexadores variados, taxas prefixadas e juros mistos. O momento atual é ímpar e devemos bater novamente os recordes de contratação nos próximos meses”, conclui Melo.

    Foto: Compagnie Européenne de Credit

    DESIGN & CODE BY Mobme