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    Empresários debatem rumos do setor imobiliário em Goiânia

    Fórum reuniu executivos a especialistas e autoridades municipais

    14/6/19

    A Smartus realizou o 3º Fórum Imobiliário Goiânia na última quinta-feira (13), no Hilton Garden Inn, reunindo executivos das principais empresas do mercado imobiliário goiano para discutir os rumos do setor em meio às mudanças locais e nacionais, como o andamento da reforma da Previdência.

    O assunto foi comentado pelo professor adjunto da Universidade Federal de Goiás, Robert Bonifácio. Para ele, a reforma será aprovada ainda esse ano, entre setembro e novembro, porém bastante desfigurada em relação ao plano inicial do ministro Paulo Guedes, classificado por Bonifácio como um economista radical.

    O professor doutor de ciência política também falou da reformulação anunciada pelo governo para o programa Minha Casa, Minha Vida, principal motor da construção civil nos últimos anos. Bonifácio acredita que os recursos da União para projetos habitacionais irão se esgotar antes do final do ano, a exemplo do que ocorreu no ano passado – e talvez até antes, dado o contingenciamento orçamentário.

    O sócio Marcelo Gonçalves, da Brain Consultoria & Pesquisa, apresentou aos executivos dados da mais recente pesquisa de mercado realizada em Goiânia. De acordo com ele, embora a cidade tenha recebido muitos lançamentos nos últimos 12 meses, o estoque está sendo bem consumido, principalmente nos projetos verticais.

    Já no mercado horizontal, Gonçalves explica que houve um movimento da população em direção à região metropolitana, devido à diminuição da oferta primária. “Hoje, há uma oferta de pouco mais de 2,3 mil lotes, o que é muito pouco para um município com quase 1,5 milhão de habitantes”, afirmou.

    Os sócios Ana Cristina Dias e Diego do Amaral, especialistas em direito imobiliário, palestraram sobre a Lei 13.786/18, a Lei do Distrato, sancionada no fim do ano passado. Antes de entrar nos pontos mais importantes do dispositivo, Ana contextualizou o cenário do setor nos últimos anos, quando houve recordes de contratos desfeitos na Justiça, levando incorporadoras à falência.

    Os sócios Ana Cristina Dias e Diego do Amaral, do escritório Dias & Amaral Advogados Associados

    “Como não havia legislação prevendo o distrato, os juízes aplicavam retenção de 10% sobre os valores pagos e determinavam a devolução em parcela única”, avaliou a advogada. “A jurisprudência fez uma construção como se o distrato fosse uma figura jurídica existente; com a nova lei, foram definidos os percentuais [de retenção] em incorporações e loteamentos, prazos e carências”, explicou.

    Diego do Amaral foi enfático ao comentar o que as incorporadoras devem fazer na hipótese de desistência ou inadimplência do comprador: “Tem que seguir o que está definido no contrato. Se o consumidor – ou mesmo um juiz – questionar, basta apelar para a Lei [do Distrato], que é ainda mais rigorosa”, orientou o especialista. O problema, entretanto, é que ainda há decisões judiciais ignorando a norma.

    Na avaliação do advogado, porém, ainda é cedo para afirmar que a redução dos distratos ocorrida no 1º trimestre seja reflexo da lei, tratando-se mais de um processo natural devido ao crescimento da economia. “São apenas 6 meses, os próprios tribunais [de Justiça] estão estudando como aplicar a lei. Futuramente, sim, teremos uma redução [dos distratos] devido ao dispositivo”, projetou.

    O sócio fundador da New House, Eduardo Berto, abordou um dos assuntos mais delicados a incorporadores e loteadores, principalmente nos últimos anos: vender. De acordo com o especialista, que gerencia equipe própria composta por 250 corretores, é fundamental engajar os colaboradores. “Há muitos casos nos quais o cliente sabe mais do que o corretor. Óbvio que não haverá negócio”, alertou.

    Eduardo Berto, sócio fundador da New House

    De acordo com Berto, o mercado goianiense está equilibrado entre lançamentos e produtos em estoque. “Seja empreendimento novo ou não, o importante é ouvir o mercado e entender o que o consumidor está procurando, repaginar o produto, adaptá-lo às condições de pagamento das quais o cliente dispõe”, orientou

    O fórum teve ainda três palestras sobre tecnologia. Na parte da manhã, a fundadora da Prevision, Paula Lunardelli, apresentou uma plataforma de gestão capaz de formatar o avanço da obra conforme a capacidade financeira da empresa, otimizando processos como aquisição de materiais e produtividade no canteiro, em virtude da eliminação da ociosidade das equipes.

    O diretor executivo da InstaCasa, Mauricio Carrer, falou da ferramenta desenvolvida pela startup voltada a loteamentos de perfil econômico. “Para o cliente que tem esse perfil, sai muito caro contratar escritórios de arquitetura, sendo que a plataforma lhe oferece dezenas de projetos gratuitamente (o custo do serviço é pago pelo loteador)”. Segundo Carrer, a solução acelera o ritmo de venda.

    Outra novidade que engajou a audiência foi o financiamento via crowdfunding. Muitos dos participantes desconheciam o modelo, cujas principais vantagens são reduzir a exposição de caixa nas etapas iniciais da obra e gerar marketing espontâneo através dos investidores – geralmente pessoas físicas. O head de investimentos da Glebba, voltada a loteamentos, respondeu diversas perguntas.

    O fórum de Goiânia teve ainda um bate-papo entre os participantes e o secretário municipal de Planejamento Urbano e Habitação, Henrique Alves, que falou sobre algumas das mudanças que devem constar na revisão do Plano Diretor e de iniciativas para desburocratizar a aprovação de projetos.

    A cobertura completa sobre esse bate-papo você confere ao longo da semana que vem no portal de notícias da Smartus.

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