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    Notícias

    Construção é o setor que mais gera empregos formais em 2020

    Mais afetada pela pandemia, atividade informal também apresenta recuperação

    Daniel Caravetti

    03/12/2020

    Segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério da Economia, o Brasil abriu 395 mil vagas com carteira assinada em outubro e registrou saldo positivo pelo quarto mês consecutivo. Este foi o melhor desempenho mensal da história do país.

    O resultado reforça a retomada na economia do país após grande impacto causado pela pandemia de Covid-19. O déficit de empregos deste ano, que já foi de 1,2 milhão em junho, passou para 171,1 mil em outubro. Atualmente, a quantidade total de vínculos ativos é de 38,6 milhões.

    Fonte/Elaboração: Caged e Novo Caged – SEPRT/ME.

    Construção lidera retomada econômica

    Dos cinco grandes grupamentos de atividades, apenas a agropecuária apresentou saldo negativo em outubro, com 120 vagas fechadas. Os setores que mais abriram empregos formais no mês foram serviços, com 156,7 mil, e comércio, com 115,6 mil. Os resultados, contudo, mostram uma reação mais lenta de ambas as atividades diante da crise econômica, já que seguem apresentando os piores saldos anuais.

    Em outubro, ainda houve 86,4 mil postos de trabalho criados na indústria e 36,2 mil na construção, que apresentou resultados positivos em todos os segmentos: 11,6 mil postos de trabalho criados na construção de edifícios, 12,6 mil em obras de infraestrutura e 12 mil em serviços especializados para a construção.

    O setor, inclusive, lidera a retomada do emprego nacional com 138,4 mil vagas formais abertas em 2020. Desse total, 38,7 mil correspondem à construção de edifícios, 62,5 mil a obras de infraestrutura e 37,1 mil a serviços especializados para a construção. Fora isso, a variação relativa do setor é de 6,39% no ano, somente atrás da agropecuária, com 6,92%.

    Fonte/Elaboração: Caged e Novo Caged – SEPRT/ME.

    Vale lembrar que este foi o melhor resultado da construção para o período de janeiro a outubro dos últimos sete anos. Neste momento, o setor conta com um estoque de 2,3 milhões de empregos com carteira assinada, o que representa aproximadamente 6% do total de postos de trabalho formais do Brasil. 

    Medidas Emergenciais

    Em meio à retomada verificada no mercado formal, é importante mencionar o papel do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda. Entre reduções proporcionais na jornada de trabalho e no salário, suspensões de contratos e criação de postos de trabalho intermitentes, foram 9,8 milhões de participantes no programa e 19,6 milhões de acordos realizados. Desse total, 444 mil ocorreram na construção. 

    Mercado informal

    Se o panorama do mercado formal do Brasil tem melhorado mês a mês, o mesmo não acontece na informalidade. De acordo com a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que contabiliza atividades com e sem carteira assinada, a taxa de desocupação foi estimada em 14,6% no 3º trimestre de 2020.

    O resultado significa uma alta de 1,3 pontos percentuais em comparação com o trimestre anterior e de 2,8 pontos percentuais frente ao 3º trimestre de 2019 (11,8%). A população ocupada no 3º trimestre de 2020 foi estimada em 82,5 milhões de pessoas.

    Mesmo com um resultado geral negativo, a construção apresentou grande recuperação na atividade informal. De acordo com o estudo, do 2º para o 3º trimestres, o número de pessoas ocupadas no setor passou de 5,323 milhões para 5,722 milhões. Com um incremento de 399 mil ocupações, a construção foi o setor com mais oportunidades criadas no mercado informal.

    Em matéria institucional, a economista da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Ieda Vasconcelos, ressalta que a construção tem conseguido superar adversidades – como o desabastecimento de insumos e o aumento dos custos dos materiais – para seguir produzindo. Este processo, por sua vez, tem sido fomentado pelo bom momento do mercado imobiliário.

    “Um dos fatores que têm contribuído especialmente para o incremento das atividades da construção é o desempenho do mercado imobiliário nacional. A baixa taxa de juros tem proporcionado uma alta expressiva no financiamento imobiliário e contribuído para dinamizar as atividades do setor”.

    Foto: seventy four images/Envato

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