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    Com análise de dados, obras têm redução de custo de R$ 100/m², em média

    Tecnologia permite reunir milhares de informações e auxiliar na tomada de decisão nos orçamentos

    21/02/2020
    Por Henrique Cisman

    Por trás de cada empreendimento imobiliário, existe uma série de projetos que se somam para viabilizar a obra: arquitetônico, urbanístico, estrutural, de fundação, de instalações elétricas e hidráulicas, para citar os principais. Em comum, todos eles produzem centenas de dados, os quais muitas vezes “morrem” com a finalização do empreendimento para o qual serviram.

    Utilizando tecnologia para tratamento e processamento de dados, o engenheiro civil Raphael Chelin – junto com seu time – reuniu milhares de informações geradas em orçamentos de obra que realizou em consultorias para criar o Budget Analytics, plataforma carro-chefe da startup Celere, co-fundada por Chelin. 

    De acordo com o especialista, o principal benefício da entrega realizada pela Celere – reunir, agrupar e consolidar dados de orçamentos – é fornecer mais informações para a tomada de decisão das construtoras.

    “Ao invés de ter mil linhas de dados, a empresa tem 100 mil linhas de dados [para analisar], muito mais do que normalmente teria na entrega de um orçamento tradicional”, compara. Em posse de mais informações, a construtora pode agir com maior velocidade e precisão, com objetivo de otimizar o projeto e reduzir o custo da obra. “Em média, essa economia é de R$ 100 por metro quadrado (m²)”, informa o especialista.

    “Geramos muito mais dados, pois são levantadas informações de cada local, de cada ambiente. A grande diferença é que conseguimos manter a rastreabilidade dessas informações, extraídas dos desenhos de cada projeto [arquitetônico, de fundação, de instalações etc.], deixando-as associadas a cada um dos ambientes”, explica Chelin. 

    Ciente do custo de cada parte do prédio (ou da casa), o construtor consegue ser mais assertivo na tomada de decisão. “Como ele terá acesso a toda rastreabilidade dos itens a serem executados, pode, por exemplo, retirar ou alterar a especificação de apenas alguns ambientes e, de forma rápida, ver o impacto dessa alteração”, esclarece.

    Em alguns casos, a análise dos dados revela redução de custo ao expandir o tamanho dos cômodos: “Imagine um apartamento de três dormitórios, sala, cozinha e dois banheiros, com 80 m². Esse mesmo imóvel, se tiver 95 m², terá ambientes maiores, ou seja, menos paredes por m². Logo, o custo de construção por m² é menor. Aumenta-se o tamanho da unidade e o valor de venda, reduz-se o custo de construção. Aliamos dados de engenharia às decisões comerciais”, diz o especialista. 

    Chelin explica que a startup faz um estudo de obra para a construtora e chega a um valor de orçamento inicial. Depois dessa primeira entrega, são analisados dados com a equipe de engenharia do cliente e é traçado um plano de ação entre todos os envolvidos para fazer alterações e otimizar o projeto. “Com esses ajustes, a meta de orçamento da obra já nasce menor”, afirma.

    Um dos principais cases da Celere consiste na economia de R$ 2,5 milhões em um empreendimento a partir do uso da ferramenta. “Não é exclusivamente por conta dessa metodologia”, pondera o engenheiro, “mas todas as informações foram analisadas em quatro horas – informações que levariam até dez dias para serem levantadas e outras que seriam inviáveis de se obter”. Logo, como benefício indireto está a economia de tempo.

    Sobre a média de R$ 100 de redução de custo por m², Chelin ressalta que o resultado varia bastante de um projeto a outro, sendo maior nos empreendimentos de alto padrão, embora também seja efetivo em unidades econômicas. Outra variável é o nível da maturidade das equipes de engenharia: quanto menos maduras, maior o impacto da análise do Budget Analytics.

    O papel da tecnologia

    De acordo com Raphael Chelin, a tecnologia consiste basicamente em duas linhas: primeiro, a plataforma consegue gerar grande quantidade de informação com menos inputs. O especialista explica: “Por que ninguém faz isso hoje? Porque dá muito trabalho. Só tem um jeito de o negócio funcionar, que é investir em tecnologia, em automação dos processos”.

    Ele relembra que, no início, tinha um ótimo produto e um péssimo negócio, pois levava muito tempo para reunir os dados e a iniciativa começou a dar prejuízo. “Primeiro, facilitamos a entrada dos dados. Na outra ponta, conseguimos criar ferramentas de análise dinâmica (Business Intelligence) que organizam e conectam essas informações a diferentes formas de análise: com pouco, obtém-se qualquer resposta”, afirma.

    “O mundo está cada vez mais direcionado à análise de dados. É o novo diamante. Hoje, a maioria das empresas tem uma quantidade enorme de informações dentro de casa e não as está utilizando. Tem muito dinheiro em cima da mesa por causa da falta de análise e tomada de decisão em relação a esses dados”, destaca o especialista.

    Contratada por empreendimento, a solução dá retorno no curto prazo, mas é realmente benéfica em períodos mais longos: “Quanto mais se investe em dados no empreendimento atual, mais informações haverá para os empreendimentos futuros. Há uma previsibilidade muito maior depois. A curto prazo já se tem um ótimo retorno; a médio e longo prazos, são retornos enormes”, finaliza.

    Rapahel Chelin estará presente no Smartus Proptech Summit 2020.

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