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Apesar da pandemia, vendas crescem no 1º trimestre
Lançamentos diminuem com incerteza sobre a economia; veja números das prévias operacionais
24/04/2020
Por Henrique Cisman
O início da pandemia Covid-19 no Brasil pouco atrapalhou os resultados de vendas de imóveis no 1º trimestre, com a maior parte das incorporadoras registrando alta em relação ao mesmo período do ano passado. Os números analisados pela Smartus são de prévias operacionais apresentadas pelas empresas a investidores.
No segmento de baixa renda, cujos empreendimentos integram as faixas de mercado do programa Minha Casa, Minha Vida, foram obtidos os melhores resultados. A MRV alcançou o melhor 1º trimestre de sua história em vendas líquidas, totalizando R$ 1,67 bilhão, aumento de 27,9% na comparação com os três primeiros meses de 2019.
Já a construtora Tenda aumentou em 22% a quantidade de vendas brutas, mas sofreu considerável volume de distratos (18,75), reduzindo as vendas líquidas para R$ 439,7 milhões, o que representa alta de 8% na comparação com o 1º trimestre de 2019; na prévia operacional, a empresa atribui o aumento dos distratos às vendas não repassadas desde o 3º trimestre do ano passado, “período em que houve interrupção de novos repasses dentro do MCMV”.
Outra incorporadora atuante com unidades do segmento econômico, a Direcional aumentou em 3,7% o vgv (valor geral de vendas) de unidades vendidas, somando R$ 298 milhões. Apesar do avanço, a empresa ressalta que o resultado foi prejudicado pelo fechamento de lojas e stands de venda, mas afirma que a plataforma de vendas online obteve resultados relevantes no período.
Ainda no âmbito do Minha Casa, Minha Vida, a Cyrela aumentou em 111% o vgv nas faixas 2 e 3, alcançando R$ 803 milhões no 1º trimestre. O expressivo aumento foi minimizado pela queda nas vendas de unidades de médio e alto padrão. No total dos três segmentos, a alta em relação a 2019 foi de 30% nas vendas, com 70% do vgv pertencente à Cyrela e o restante, a parceiros.
No mercado de média e alta renda, os resultados variaram bastante: além da Cyrela, a Even também registrou queda no volume de vendas, somando R$ 256 milhões (% Even), o que representa quase 50% menos do que em 2019. Já a Helbor apresentou seu melhor 1º trimestre desde 2014, totalizando R$ 351,3 milhões – alta de 17% na comparação anual. Se considerado apenas o percentual da incorporadora, a alta foi de 10% (R$ 242,3 mi).
Ainda, a JHSF – que assim como a Helbor, também atua com empreendimentos residenciais e comerciais – registrou aumento de 130% no volume de vendas, totalizando R$ 99,8 milhões no 1º trimestre. Já a Mitre, que estreou há poucos meses na Bolsa de Valores, registrou 58,8% de queda no vgv comercializado.
Mais voltada à média renda, a EzTec apresentou R$ 474,5 milhões de vendas brutas, com um baixo percentual de distratos, equivalente a R$ 19,2 milhões, reduzindo o montante vendido para R$ 455,3 milhões, aproximadamente. Na comparação com 2019, a alta foi de 50%.
Lançamentos diminuem
Se as vendas foram ainda pouco impactadas, principalmente porque janeiro e fevereiro passaram ilesos à Covid-19, os lançamentos caíram drasticamente, sobretudo, pela incerteza em torno da economia: com paralisação do comércio, dos serviços e redução da produção industrial, a tendência é de maior desemprego, menor renda e queda na procura por imóveis agora e nos próximos meses.
Dentre as incorporadoras que divulgaram prévias operacionais, somente Cyrela e EzTec registraram alta nos lançamentos: foram 25 empreendimentos lançados no 1º trimestre e um vgv 200% maior em relação ao mesmo período de 2019 pela Cyrela – se considerado apenas o percentual da incorporadora, a alta foi de 173%, para R$ 1,11 bilhão. Já a EzTec lançou vgv de R$ 564 milhões, aumento de 46%.
Nos comunicados aos investidores, é comum a menção ao novo coronavírus como razão da queda de empreendimentos lançados. Helbor e Mitre não realizaram qualquer lançamento no período, embora, segundo a Mitre, já não houvesse previsão de novas unidades neste 1º trimestre. Além de Cyrela e EzTec, a MRV apresentou bom volume, com vgv de R$ 1,08 bilhão, baixa de apenas 1%.
A decisão de suspender lançamentos é prudente e também deve ocorrer no 2º trimestre, até que esteja mais claro qual será o impacto sobre a economia e quanto tempo deve levar para que haja recuperação do emprego e da renda.
Mesmo as maiores empresas devem seguir o caminho da suspensão de novos empreendimentos. Importante destacar que apenas parte do mês de março foi prejudicada pelo isolamento social decorrente da Covid-19, ao passo que abril foi completamente comprometido, bem como ocorrerá com pelo menos parte de maio.
Assim, o pior trimestre do ano deve ser o próximo, tanto em relação às vendas quanto aos lançamentos. Para os investidores, a boa notícia é que o mercado financeiro já descontou os preços das ações mesmo antes da apresentação de qualquer resultado, portanto, daqui em diante as cotações devem subir.
Atuantes em um dos segmentos mais prejudicados pela quarentena, as desenvolvedoras e administradoras de shoppings não divulgaram prévias operacionais até o momento. Ao contrário do mercado residencial, entretanto, a recuperação deve ser mais rápida, com as lojas voltando a abrir em maio.
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