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    Como a tecnologia pode adiantar recebíveis acelerando a securitização?

    Utilizando inteligência artificial, startup Beaver extrai dados de documentos automaticamente

    20/04/2020
    Por Daniel Caravetti

    Diante de procedimentos que envolvem a análise de uma grande quantidade de documentos, operações de securitização imobiliária muitas vezes se tornam mais custosas e demoradas. A situação prejudica tanto a securitizadora, que arca com maiores despesas, quanto a incorporadora, que recolhe os recursos tardiamente.

    Visando justamente acelerar esse processo, a startup Beaver vem utilizando tecnologias de inteligência artificial e machine learning para extrair dados das operações de forma automática, o que permite liberar colaboradores de uma securitizadora a realizar tarefas que vão trazer mais valor ao negócio. Em entrevista à Smartus, o co-fundador Alessandro Allodi explica com mais detalhes o modelo.

    “Se existe uma matrícula ou uma série de matrículas que precisam ser estruturadas em um banco de dados, realizamos esse trabalho com muito mais rapidez. Portanto, uma securitizadora que possui uma operação com 10 mil contratos de recebíveis e documentos adjacentes, pode estruturá-la em questão de dias”, diz.

    A tecnologia desenvolvida, porém, não irá substituir empregos e ainda deve aperfeiçoá-los, segundo o especialista: “Transformação digital e inovação tecnológica advindas da inteligência artificial e do machine learning não acabam com o emprego das pessoas. Eles surgem, justamente, para aumentar a produtividade do trabalho dos profissionais”, opina.

    História e atuação 

    Fundada em 2017, a Beaver começou como um marketplace de negócios imobiliários, mas não relacionado à compra e venda de imóveis. “O portal contava com oportunidades de negócio que poderiam atrair potenciais investidores, como, por exemplo, empreendimentos built-to-suit”, explica Allodi.

    Posteriormente, a startup focou em apenas um dos negócios presentes na plataforma, a securitização de recebíveis imobiliários. E hoje, mais consolidada, é voltada à estruturação de dados dessas e de outras transações, tendo, além de securitizadoras, escritórios de advocacia como clientes.

    Contudo, a empresa já pretende ampliar a atuação da tecnologia desenvolvida no ramo imobiliário. “Gostaríamos muito de difundir nosso serviço neste mercado, já que inteligência artificial e machine learning estão entre as principais tecnologias que chegam para impulsionar o setor”, ressalta Allodi.

    Para isso, a Beaver está desenvolvendo um produto feito diretamente para as incorporadoras. “Queremos estruturar o banco de dados do incorporador, já que a maioria das documentações está em papel, atualmente. Estamos trabalhando em um produto que organiza as informações dos contratos, criando uma ferramenta de análise e insights em termos de produto e alternativas de negócio”, projeta o especialista.

    Alessandro Allodi se junta ao time de empreendedores confirmados no Smartus Proptech Summit 2020, encontro que reúne as principais soluções em tecnologia para otimização dos negócios no mercado imobiliário.

    Leia também: Melhores prazos e retornos impulsionam securitização no Brasil
    O que os investidores-anjo buscam em uma startup?

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