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Notícias
O que fica da pandemia para o setor hoteleiro?
Entre medidas paliativas e permanentes, hotéis se reinventam
Daniel Caravetti
10/12/2020
Nove meses após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia do novo coronavírus, não há dúvida que a hotelaria, assim como o turismo em geral, foi um dos setores mais impactados. Se em abril, maio e junho as taxas de ocupação despencaram, nos meses seguintes se ensaiou uma recuperação lenta e gradual, ainda ameaçada pela segunda onda da Covid-19 no Brasil.
Para os hotéis que sobreviveram a este cenário, nada mais válido que a famosa frase: “de toda crise nasce uma oportunidade”. Isso porque não há como negar que o setor tem trabalhado para se reformular durante a pandemia, adotando medidas que vão muito além da inicial contenção de custos e adoção do protocolo sanitário.
O Grupo Accor, por exemplo, implementou duas medidas paliativas logo após o início da pandemia: a adaptação de quartos em escritórios e a introdução do sistema de delivery nos restaurantes dos hotéis. O CFO da empresa na América do Sul, Mauro Rial, comenta as decisões.
“Vimos que algumas pessoas estavam com problemas no home office, tendo que conviver com distrações, como os próprios filhos ou os barulhos dos vizinhos. Portanto, existia a demanda de um espaço de trabalho com boa internet e total segurança sanitária”, explica durante entrevista à Smartus.
“Além disso, nos restaurantes espalhados pelos hotéis começamos a atuar com o delivery por aplicativo no conceito de dark kitchen. Foi outra maneira que encontramos de buscar uma nova fonte de receita”, completa.
O que pode ficar da pandemia?
Para além das medidas paliativas, a empresa tomou providências durante a pandemia que devem ser definitivas. Em resumo, ainda que tenha inserido o setor hoteleiro em um dos momentos mais desafiadores de sua história, a disseminação do novo coronavírus pode ser uma oportunidade, mesmo que forçada, de reinvenção.
Segundo Rial, a primeira mudança permanente está relacionada com os avanços tecnológicos e a preocupação com a experiência do cliente. Entre as medidas consolidadas, estão a utilização de QR Code para evitar contato físico com documentos, o contato com a recepção através de um chat, o check-in online e o fast check-out.
A segunda frente, por sua vez, está associada à transformação que a pandemia trouxe nos modelos de trabalho: “Vamos trazer uma marca de coworking da Europa para o Brasil – a Wojo, que explora o conceito de flex office e será algo complementar para os hotéis”, garante Rial.
Para o executivo, esta é uma das maneiras que a Accor encontrou de continuar trazendo o público local para os hotéis, movimento que cresceu durante a pandemia. Outra ideia é criar uma central de entregas de produtos – consumidores podem buscar no hotel o que adquiriram em um marketplace.
Diante do cenário de isolamento social, a empresa também adaptou o CSC – Centro de Serviços Compartilhados para os hotéis da rede no Brasil – para o home office, mais uma decisão com caráter definitivo. “É uma maneira de reduzir os custos, trazer eficiência e competitividade, além de nos alinhar com os valores de sustentabilidade”, cita o CFO.
Para finalizar, Rial assegura que a empresa deve explorar cada vez mais o conceito de bleisure travel, que une viagens de negócios e lazer. Neste caso, a medida paliativa que adaptou quartos em escritórios pode ser extremamente útil.
“É uma mistura que o home office permite. O hóspede pode passar um tempo com a família em um hotel, tendo no quarto um espaço para trabalho. Ele não deixa de exercer suas atividades profissionais, enquanto os filhos aproveitam o período de férias escolares”, exemplifica o executivo da Accor.
Projetos imobiliários
Caminho parecido tem sido adotado em novos projetos de hotéis. Enxergando igualmente a possibilidade de mesclar negócios e lazer, a STX garante que todos os cinco hotéis em construção na cidade de São Paulo terão piscina e área externa.
“É uma maneira de dar conforto adicional ao hóspede e qualificar o hotel. Nessa pandemia, vimos nos hotéis já prontos que estes ambientes externos foram muito procurados”, afirma o CEO da incorporadora, Marcelo Conde, para a Smartus.
Um dos empreendimentos, inclusive, contará com um bar no terraço, também chamado de rooftop. “Será o hotel mais próximo do Allianz Parque e acreditamos que este espaço pode ser bastante utilizado nos dias de show ou de jogo. Depois dessa pandemia, o hóspede não vai querer ter a sensação de estar preso”, conclui o executivo.
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