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    Notícias

    O que são as lawtechs e por que elas estão crescendo tanto

    AB2L tem cerca de 200 startups associadas com atuação em treze segmentos do mercado

    11/10/19

    Os termos lawtech e legaltech estão se tornando familiares a empresários e consumidores em um cenário de inserção tecnológica ascendente nos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos de empresas dos mais diversos setores. Basicamente, ambas denominações caracterizam startups atuantes no âmbito do Direito que oferecem soluções para uma série de dores desse mercado.

    A Associação Brasileira de Lawtechs e Legaltechs (AB2L) segmenta as startups associadas em treze categorias de atuação, que vão desde a análise e compilação de dados e soluções de inteligência artificial para o setor público até a resolução de conflitos de forma digital, como alternativa aos processos judiciais.

    Aqui, cabe esclarecer que os termos lawtech e legaltech, na prática, significam a mesma coisa. Nos Estados Unidos, lawtechs são as soluções focadas no usuário final, tais como as plataformas de resolução de conflitos, enquanto legaltechs denominam as plataformas e os serviços destinados a profissionais do Direito. Para nós, não faz diferença – o objetivo é assimilar o crescimento dessas startups.

    De acordo com o último radar publicado pela AB2L, no início de setembro, a entidade conta atualmente com 140 lawtechs e legaltechs aptas a prestarem serviços para o mercado, além de outras 55 startups “early stage”, isto é, em fase de validação do produto. A associação publicou seu primeiro radar em outubro de 2017. Neste período, o aumento foi próximo dos 300%. 

    Esse avanço pode ser facilmente explicado por alguns fatores: o ecossistema tecnológico está cada vez mais favorável diante da criação de aceleradoras de startups e de associações como a própria AB2L; a formação de milhares de novos advogados todos os anos, cuja maioria pertence a uma geração habituada à tecnologia, facilita a adesão às novas soluções, idem com a necessidade de esses profissionais se manterem competitivos no mercado.

    Sobre este último fator, chamam atenção alguns dados apresentados pela consultoria Thomson Reuters no ano passado: em média, os advogados dispõem de apenas 2,3 horas por dia para se dedicarem a tarefas pelas quais são efetivamente remunerados, o que corresponde a somente 29% de um dia de trabalho; em 48% do tempo, esses profissionais realizam atividades administrativas, como gerar e enviar cobranças.

    Outro agravante é a enxurrada de ações judiciais, que nos últimos anos têm aumentado significativamente: de acordo com o mesmo estudo, no final de 2017 havia 79,7 milhões de processos na Justiça; nos últimos dois anos, foram gerados 90% dos dados que existem na internet. É possível dar conta da demanda sem utilizar novas tecnologias? E como elas podem efetivamente ajudar?

    Softwares elaborados com inteligência artificial podem cumprir sozinhos demandas que economizam até 25% do tempo dos escritórios e departamentos jurídicos de empresas, a partir da automatização de processos que dispensam a inteligência humana. Mas a tecnologia, então, vai fechar empregos? Não! Segundo esse estudo, 87% do trabalho de um advogado não pode ser desempenhado por computadores atualmente, ou seja, tratam-se de ferramentas de auxílio.

    Três das startups associadas à AB2L atuam com foco no mercado imobiliário: LegAut e Docket, voltadas à busca, gestão e análise automática de documentos, e UsuCampeão, que, como o nome sugere, atua com regularização imobiliária através de usucapião extrajudicial. Apesar de apenas estas terem se registrado como Real Estate Tech, outras dezenas de startups podem ser úteis em processos típicos do setor imobiliário, de acordo com a assessoria da AB2L.

    Pode parecer distante que incorporadoras, construtoras e loteadoras insiram tecnologias ainda ditas disruptivas em seus departamentos internos, porém, se pensarmos no boom de inovações tecnológicas que atingiu o setor financeiro e em todas as implicações positivas tanto para as empresas quanto para os consumidores, é factível acreditar que a momentânea evolução é apenas o início.

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