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Notícias
Volume do crédito imobiliário se mantém mesmo com pandemia
Em abril, primeiro mês de isolamento social completo, operações oscilaram apenas 0,4% negativo
Henrique Cisman
05/06/2020
Boletim divulgado nesta quinta-feira (4) pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) mostra que a busca por financiamentos imobiliários em abril não diminuiu mesmo com o agravamento da pandemia de covid-19 e todas as medidas de isolamento social no Brasil.
Os empréstimos para compra ou construção de imóvel com recursos da poupança somaram R$ 6,7 bilhões, alta de 22,6% em relação a abril de 2019 (R$ 5,46 bi). O volume foi somente 0,4% menor do que em março. De acordo com a Abecip, o resultado indica, até então, “ausência ou pequeno impacto da crise do novo coronavírus sobre o crédito imobiliário com recursos do SBPE”.
Considerando os primeiros quatro meses do ano, em termos de volume financeiro, o crédito imobiliário com recursos da poupança cresceu 27,9% em relação ao ano passado, totalizando R$ 26,95 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses, o salto é ainda maior, de 33,9%, com quase R$ 85 bilhões financiados para compra ou construção de imóveis.
Dentre os fatores que podem explicar a manutenção do volume de crédito mesmo em meio à recessão econômica causada pelo novo coronavírus, destacam-se as reduções da taxa básica de juros (Selic), responsáveis por baratear os financiamentos; os descontos oferecidos pelas incorporadoras, ativando o gatilho de oportunidade para o comprador; e as melhores condições de pagamento negociadas com os bancos.
Novamente, a Caixa se manteve na liderança do crédito imobiliário: somente em abril, o banco estatal emprestou quase R$ 3 bilhões. No ano, são R$ 10,68 bilhões injetados no mercado imobiliário. Na sequência, aparecem Bradesco (R$ 5,96 bi), Itaú Unibanco (R$ 5,16 bi), Santander (R$ 3,64 bi) e Banco do Brasil (R$ 753 milhões).
Em recente entrevista concedida à Smartus, o empresário Eduardo Muszkat, CFO da startup Kzas e ex-sócio da You,Inc, ressaltou que os bancos preferem operações atreladas a ativos reais em momentos de pouca liquidez no mercado, outra explicação para que o volume de empréstimos não tenha caído em abril.
Por outro lado, mais uma vez ficou clara a dependência da Caixa para manter o setor aquecido em momentos de incerteza econômica, sobretudo no tocante aos empréstimos para construtoras: “Até março, a Caixa financiava em torno de 50% da produção. Já em abril, foi responsável por 75% dos financiamentos para construção de novos empreendimentos”, ressalta à Smartus Celso Petrucci, vice-presidente da área de indústria imobiliária da CBIC.
De fato, o banco estatal está isolado – e com larga distância – na liderança dos financiamentos à produção. Em abril, foram R$ 976 milhões. O Itaú Unibanco, segundo colocado no questio, deu R$ 111 milhões em crédito para construtoras.
“Isto mostra que, como em outras crises, os bancos privados se retraem num primeiro instante, o que esperamos que não ocorra por muitos meses, pois o mercado imobiliário continua ativo: as obras estão em andamento e a reabertura dos plantões de vendas é prevista para junho, pelo menos em São Paulo”, ratifica Petrucci.
Captação líquida bate recorde
A captação líquida da poupança bateu o recorde da série histórica iniciada em julho de 1994, somando R$ 24,6 bilhões – exatamente três vezes mais do que em março. “O melhor resultado anterior havia sido registrado em dezembro de 2017, mês em que a captação líquida alcançou R$ 14,96 bilhões e que, sazonalmente, exibe bom desempenho”, destaca a Abecip em seu boletim.
Apenas a título de comparação, em abril do ano passado o saldo foi negativo em R$ 2,8 bilhões. Dos últimos 4 anos, somente em 2018 a captação não havia sido negativa, mas acumulou apenas R$ 100 milhões.
Segundo a Abecip, “alguns fatores se combinaram para explicar, ao menos em parte, o excelente resultado: redução do consumo devido ao isolamento social, maior preocupação financeira com o futuro próximo, queda da rentabilidade das demais aplicações e perdas no mercado acionário”.
Como funciona o crédito imobiliário?
O crédito imobiliário permite que a compra de um imóvel seja financiada pelo adquirente. As operações normalmente são feitas junto a uma instituição financeira, que efetua o pagamento integral do imóvel e cobra a dívida do adquirente de maneira parcelada.
Qual a renda necessária para financiar um imóvel?
A renda exigida para realizar o financiamento de um imóvel varia conforme a instituição financeira. Em 2020, por exemplo, o Santander anunciou aumento no percentual máximo do financiamento imobiliário de 80% para 90% do valor do imóvel. Assim, a entrada para a compra da casa própria começa a partir de 10% do valor do imóvel, que deve ter valor superior a R$ 90 mil. Neste caso, o valor necessária é de R$ 9 mil.
O que é preciso para conseguir crédito imobiliário?
O primeiro passo é analisar a situação de seu CPF no cadastro do Serasa. Isso porque bancos e empresas costumam analisá-lo com o objetivo de saber se você é um bom pagador ou não. Posteriormente, deve-se fazer a escolha do imóvel, a análise das condições de financiamento de cada banco e a formalização do pedido na instituição de sua preferência.
Qual é o melhor banco para financiar um imóvel?
A situação varia conforme a situação financeira e as preferências do comprador do imóvel. No geral, as condições oferecidas pela Caixa tem agradado mais o mercado, uma vez que o banco tem dominado o crédito imobiliário nos últimos anos e atuado com pioneirismo no oferecimento de novas opções, como o crédito imobiliário atrelado ao IPCA ou com juros pré-fixados.
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