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Notícias
Retomada do turismo movimenta mercado de multipropriedades
Durante período mais crítico da quarentena, proximidade com clientes e investidores foi essencial para manter as carteiras
Henrique Cisman
11/09/2020
O afrouxamento do isolamento social em todas as regiões do país começou a movimentar resorts e empreendimentos de multipropriedade, com o primeiro grande teste no feriado da última segunda-feira (7), quando se comemora o Dia da Independência. Segundo Leonardo Silveira, COO da WPA, em agosto já houve uma evolução muito boa em relação ao início da pandemia.
“Em comparação a janeiro, o recebimento de agosto foi 3% superior, o que traz esperança para a retomada da performance anterior à pandemia. Desde o início, sabíamos que seria uma longa jornada pelo deserto, mas nossa capacidade de lidar com as adversidades fez com ela fosse bastante exitosa até aqui”, avalia o executivo.
De acordo com Bruno Almeida, COO da Conveste, houve uma queda brusca de demanda e recebimentos em março e abril, mas a partir de maio já se iniciou a retomada e hoje os patamares estão próximos ao período pré-pandemia. “As empresas estão conseguindo segurar os distratos e reter os clientes, mas não estão vendendo. O distrato está menor, mas as vendas caíram”, resume.
Segundo Silveira, a WPA conseguiu manter o nível de recebíveis e boa parte da carteira durante os meses mais críticos de quarentena: “De forma contrária às previsões pessimistas, continuamos recebendo bem. Porém, a receita mensal estagnou e deixou de crescer. A carteira deveria ter um incremento de 17% a 18%, o que não aconteceu. Contudo, é inegável que, dadas as circunstâncias e tendo em vista o impacto da pandemia sobre o mercado, o resultado ainda é digno de reconhecimento”, afirma.
Estratégias e parcerias
Para Silveira, o desempenho muito acima do esperado se deve, em primeiro lugar, à forma humanizada com a qual foram realizados os atendimentos nos últimos meses. “A inadimplência média na WPA foi de 2,8%. Isso só foi possível porque havia uma Conveste que nos deixou trabalhar. Com liberdade e autonomia, pudemos estabelecer um contato realmente capaz de dialogar com as necessidades dos clientes”, destaca.
“Quando o isolamento social começou na maioria das cidades, iniciamos um acompanhamento mais próximo e diário de todas as carteiras (previsão e entradas). Ao longo desse tempo, tivemos um relacionamento muito estreito com as cedentes para entender a situação e posicionar os investidores”, lembra Almeida.
“Na pandemia, redobramos o controle dos números por meio da geração de constantes relatórios. Não que seja uma demanda nova, mas foi mais incisiva”, completa o especialista. De janeiro a junho, a inadimplência média acumulada nas carteiras de multipropriedade foi de 4,2%, abaixo da média geral dos projetos monitorados pela Conveste (5,8%).
“É um percentual muito bom. Como a multipropriedade é um imóvel de lazer, esperávamos que seria o primeiro gasto a ser cortado, principalmente porque o comprador não podia viajar e usufruir. Porém, com um bom trabalho das cedentes, das gestoras, o aumento foi de apenas 0,6% da inadimplência acumulada [de janeiro a junho], que é pouco, considerando os fatos. A projeção era apocalíptica, de 10%, 15%, 20% até”, revela o COO da Conveste.
Segundo Silveira, ainda hoje, 70% dos esforços das equipes da WPA são voltados a se relacionar com o cliente para mantê-lo tranquilo e adimplente. “A pandemia foi uma situação alarmante, e sabíamos que seria preciso adotar uma atitude pacificadora a fim de não provocar maior desespero e nem criar impasses. Então lançamos mão de um comportamento que já é praxe na WPA: ouvir os anseios de clientes para acalmá-los e ajudá-los a tomar a melhor decisão. Para isso, precisamos ser flexíveis, promovendo renegociações mês a mês”, afirma.
De acordo com o executivo, na última semana de março e na primeira quinzena de abril, os pedidos de cancelamento (distrato) dispararam: “Em abril, foram 3,7 mil pedidos de cancelamento. Em agosto, foram 290. A média era em torno de 800 a 900 pedidos de distrato por mês antes da pandemia. Atuamos de forma proativa e o cliente entendeu que a solução não é zerar a parcela, mas, sim, acompanhar mês a mês e negociar”, assinala.
Retomada e novos lançamentos
O COO da WPA comemora a retomada do turismo no Brasil. “Na pandemia, a primeira coisa que aconteceu nos empreendimentos entregues foi uma recusa generalizada em relação ao pagamento do condomínio, porque estavam fechados. Em agosto, recebemos 180% do previsto, pois as pessoas começaram a usar”.
Sem demitir sequer um colaborador desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, a empresa planeja inaugurar mais 1,2 mil apartamentos até o final do ano em três empreendimentos nas cidades de Gramado, Caldas Novas e Porto Seguro.
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