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Retrospectiva: escritórios continuam importantes, apesar do trabalho remoto
Tendência pós-pandemia é que jornadas de trabalho sejam híbridas: uns dias em casa, outros no escritório
Daniel Caravetti
17/12/2020
O mercado de escritórios tomou um grande susto em 2020 com a chegada da pandemia de Covid-19. De uma hora para outra, empresas mandaram seus funcionários para casa sem perspectiva de retorno ao trabalho presencial, o que desencadeou uma série de negociações entre proprietários e inquilinos de lajes corporativas para atenuar os impactos financeiros da quarentena.
Reduções no valor do aluguel ou mesmo a postergação dos pagamentos foram algumas das principais medidas adotadas para evitar uma disparada nas taxas de vacância. Ainda assim, inevitavelmente houve devoluções e os indicadores cresceram na maioria das cidades a partir do 2º trimestre.
“O ano começou com forte expectativa de retomada, com redução da vacância e aumento dos aluguéis, o que resultou em um 1º trimestre positivo. No entanto, surpreendidos pela pandemia de Covid-19, verificamos uma rápida transformação do estilo de vida, dos hábitos e da forma de consumo das pessoas em nível global, impactando o mercado de escritórios”, avalia Yara Matsuyama, gerente de Transações da consultoria imobiliária JLL.
De acordo com levantamento feito pela SiiLA Brasil, em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre houve aumentos de dois a três pontos percentuais nas taxas de vacância ao final do 3º trimestre (dados mais recentes disponíveis). Por outro lado, Campinas e Curitiba apresentaram mais ocupações que devoluções, o que já indica recuperação em alguns mercados.
Segundo Matsuyama, embora as empresas tenham procurado cortar custos desde o início da quarentena, o que se traduziu, naturalmente, na queda da absorção líquida, o ano foi marcado por entregas importantes, como o empreendimento Birmann 32, na Avenida Faria Lima – um dos principais endereços de São Paulo -, onde 56% do espaço já está ocupado, “na contramão do mercado”.
Ela destaca, ainda, que os serviços digitais, o varejo e o e-commerce continuaram em alta durante a pandemia, movimento que deve permanecer em 2021. “Altamente demandados pelos novos hábitos de consumo, esses setores, juntos, apresentaram um acumulado de 222 mil m² em novas locações esse ano”, afirma a gerente de Transações da JLL.
Mesmo assim, a vacância deve subir mais um pouco nas principais capitais do país durante o 4º trimestre e nos primeiros meses do ano que vem. “Até que tenhamos uma vacinação em massa e a retomada econômica do país, o cenário será de incertezas e os locatários serão mais cuidadosos em suas movimentações”, pontua Matsuyama.
Dinâmica híbrida
Se no primeiro momento as negociações foram mandatórias, já que havia muitas dúvidas sobre os rumos da pandemia, aos poucos foi ficando clara a tendência de uma dinâmica híbrida de trabalho: nem o fim dos escritórios, como especulado em algumas ocasiões diante do sucesso inicial do home office, nem a jornada totalmente remota, mas, sim, a rotatividade entre ambos.
“Por mais que os líderes empresariais sejam encorajados pelo sucesso do trabalho remoto, não se pode subestimar a importância dos escritórios, pois eles promovem colaboração e inspiram inovação e criatividade, recursos que ajudam uma empresa a se manter competitiva, atrair e reter os melhores talentos”, afirma Matsuyama.
Para o CEO da SiiLA Brasil, Giancarlo Nicastro, os custos envolvidos na devolução de um imóvel e as possíveis dificuldades na locação de um novo espaço futuramente foram fatores importantes para a manutenção da maior parte dos contratos no segmento.
Se a figura do escritório manteve sua importância, também é verdade que precisará de adequações no pós-pandemia: “O novo normal do mundo corporativo privilegia as áreas colaborativas em detrimento das estações de trabalho individuais, já que as funções que podem ser feitas individualmente ficam destinadas ao trabalho remoto”, diz Matsuyama.
Em resumo, o desempenho ao longo do ano ficou bem abaixo das expectativas criadas antes da pandemia, mas as taxas de vacância não dispararam, apesar do cenário adverso. A retomada, entretanto, pode ser lenta, e dependerá não apenas da adaptação das lajes corporativas às demandas trazidas pelo coronavírus, como também da recuperação da economia de modo geral.
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