5/9/19

Comprar um imóvel é, muitas vezes, tarefa complicada – e não estamos falando da questão financeira. O excesso de burocracia atrapalha construtoras e consumidores e torna a experiência desagradável. Para resolver essa situação, soluções tecnológicas ganham espaço no mercado imobiliário.

Lançado oficialmente em novembro de 2017, o App Facilita surgiu para transformar as vendas no setor através da digitalização. “O mercado de construção é bilionário, mas praticamente 100% offline e burocrático. As reservas são feitas por telefone, as propostas são preenchidas fisicamente, há demora para gerar e assinar contratos, precisa ir a cartório reconhecer firma, então é um processo muito lento e burocrático para construtoras, corretores e clientes”, avalia Glauco Farnezi, fundador e CEO da empresa.

A iniciativa nasceu de uma dificuldade para gerar leads e entender a jornada do cliente interessado em um imóvel. “Não sabíamos o nível de qualidade dos leads, se eram aderentes ao perfil do empreendimento, nem conseguíamos saber o retorno de investimento nas mídias, como anúncios em portais, no Google ou no Facebook”, revela.

Sem ferramentas adequadas no mercado, o empresário desenvolveu o software que deu origem ao Facilita após três anos de aprimoramento do produto e validação com o mercado. “Integramos todas as ferramentas de marketing com as redes sociais e com o portal imobiliário. Quando o cliente preenche um formulário de interesse, automaticamente é encaminhado para ser atendido. O aplicativo alerta o corretor ou a equipe de pré-atendimento instantaneamente”, explica Farnezi.

O modelo é sustentado em três pilares: mobilidade – o corretor faz toda a operação via aplicativo, pelo celular; facilidade – é muito simples verificar se um apartamento está disponível, simular propostas, tirar fotos de documentos, assinar o contrato; integração do marketing às vendas – desde o início da jornada do cliente até a venda, é possível rastrear todas as fases e entender exatamente o que ele está procurando. “Nossa bandeira é oferecer vendas mais simples, ágeis e mobile”, diz Farnezi.

Voltada à primeira venda do imóvel, a plataforma é segmentada em tipos de empreendimentos – Minha Casa, Minha Vida, médio e alto padrão, loteamento aberto etc. – e indica qual a dinâmica mais adequada para cada perfil de público. Segundo Farnezi, a assertividade é próxima de 100% nessa modelagem de sugestão.

Em projetos Minha Casa, Minha Vida, o corretor – que pode ser autônomo, de imobiliária ou da própria construtora – reúne a documentação do cliente e a envia pelo aplicativo ao correspondente bancário da Caixa, que vai analisar se o cliente pode receber financiamento, qual o tipo de subsídio aprovado, se vai usar FGTS ou não e qual o valor a ser financiado.

Após a aprovação, o corretor consegue acessar a disponibilidade de apartamentos no empreendimento de interesse do cliente, reservar uma unidade de acordo com o valor aprovado pela Caixa, enviar a proposta, gerar o contrato e assiná-lo eletronicamente, eliminando a necessidade de firma reconhecida em cartório, tudo pelo aplicativo.

“É importante destacar que são dois contratos [no Minha Casa, Minha Vida]: um do comprador com a construtora e outro do comprador com a Caixa. Hoje, a assinatura eletrônica só é permitida no contrato com a incorporadora. Com a Caixa, ainda é exigido cartório”, pondera Farnezi.

Incorporadoras, construtoras e loteadoras não têm custo para a implantação da plataforma e podem customizar os planos de aquisição conforme a quantidade de empreendimentos e de corretores a serem cadastrados.

O Facilita tem hoje 140 empresas clientes em 21 estados brasileiros. “De 3 a 6 meses para cá, os empreendedores do mercado imobiliário entenderam a necessidade de elevar a eficiência da gestão de vendas. O processo precisa ser mais ágil e proveitoso para todas as partes”, encerra Farnezi.

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