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Notícias
O papel da logística verde nas cidades inteligentes
Conceito traz soluções sustentáveis para os grandes centros urbanos
Daniel Caravetti
11/12/2020
Utilizado primordialmente pela União Europeia, o termo smart cities (cidades inteligentes, em inglês) define sistemas de pessoas que usam energias, materiais e serviços para fomentar o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida. Estes objetivos, por sua vez, devem ser alcançados através de soluções sustentáveis e participação ativa dos cidadãos.
Pensando nisso, uma das transformações necessárias está relacionada com a mobilidade urbana. Entre as principais iniciativas estão o incentivo a transportes alternativos, como as bicicletas, presença de veículos elétricos, integração de meios de transporte públicos e compartilhamento de carros.
Contudo, a pandemia, o isolamento social e o home office mostraram que é possível aplicar um conceito ainda mais simples: a otimização do deslocamento. De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), houve queda de 50% na poluição do ar na capital uma semana após o início da quarentena. O principal motivador foi justamente o baixo número de veículos nas ruas.
“Os deslocamentos que fazíamos todos os dias são um legado de poluição, por isso devem ser otimizados. Trata-se de uma mudança no cotidiano: ao invés de circular 200 km por semana, podemos circular 100 km. Se todas as pessoas diminuírem [os deslocamentos] pela metade, já é muito relevante”, disse Thiago Cordeiro, CEO da GoodStorage, no Smartus Summit Modelos Disruptivos 2020.
“Assim, poderemos ter mais parques lineares e menos necessidade de abertura de ruas; somado à presença de modais de transporte sustentáveis, haverá uma contribuição para a preservação ambiental e para a qualidade de vida nos grandes centros urbanos”, completa.
Logistica verde
No entanto, o especialista lembra que para otimizar os deslocamentos, é preciso que o setor logístico esteja cada vez mais preparado para atender as necessidades da população em casa, utilizando-se igualmente de iniciativas sustentáveis.
“Acredito que as empresas de logística vão liderar o movimento de veículos limpos, até por uma questão de imagem e do conceito de ESG (environmental, social and governance). Em diversas unidades nossas, por exemplo, há empresas que já fazem entrega 100% de bicicleta”, garante Cordeiro.
Para que as rotas possam ser concluídas com as bicicletas, por sua vez, a GoodStorage – empresa que oferece soluções de armazenagem urbana nos modelos B2B e B2C – procura justamente distribuir sua atuação na cidade e se posicionar em endereços estratégicos.
“A solução de self storage é um dos pilares da infraestrutura necessária para as smart cities. No caso das empresas, podem fracionar o estoque e melhorar os roteiros de entrega. O sistema dá conta do adensamento urbano e gera mais eficiência para a empresa e para a cidade”, afirma o CEO da companhia.
Além disso, o executivo lembra que a facilidade do consumo digital tem feito as pessoas criarem o hábito de fazer compras cada vez mais fracionadas, o que aumenta ainda mais a necessidade de as empresas se posicionarem nos mais diversos pontos da cidade.
Voltando a pensar na questão da sustentabilidade ao aliar mobilidade urbana e logística verde, Cordeiro assegura que, em geral, um caminhão com diversas mercadorias, deslocando-se do ponto A ao ponto B, “cumpre uma função social muito mais importante do que um carro”.
Esta reflexão, por sua vez, pode ser essencial para a construção das chamadas smart cities, que, segundo o especialista, “devem entregar uma experiência de habitação de mais qualidade e em escala para todos”.
Foto: Electrek
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