18/12/18

Os centros de repouso e cuidados para idosos cada vez mais deixam de ter aspecto de asilo e passam a apresentar uma série de novas oportunidades para os integrantes da terceira idade – pessoas acima dos 60 anos. Embora ainda seja inacessível para parte da população, dado seu elevado custo, o segmento senior living tem encontrado boas possibilidades no mercado, despertando o interesse de incorporadoras no Brasil.

Empresas como Cyrela Goldsztein (do grupo Cyrela), Cora Residencial Senior (da Brasil Senior Living) e Transamérica Hospitality Group investem há alguns anos no setor, desenvolvendo espaços que privilegiam o convívio social, o bem-estar, a segurança e a acessibilidade, totalmente voltados para idosos.

Com maiores índices de expectativa de vida, a tendência é que o senior living consiga novos clientes a cada ano, ganhando regularmente mais espaço enquanto produto residencial. De acordo com levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2017, o número de idosos deve dobrar em um prazo de 25 anos, passando de 28 milhões para 57 milhões em 2042, representando 24,5% da população brasileira.

Na mesma estimativa, os idosos devem superar numericamente as pessoas com idade entre 40 e 59 anos antes de 2050, e já em 2031 a terceira idade deve ultrapassar pela primeira vez o total de crianças e adolescentes – de zero a catorze anos.

Segundo estudo realizado pela Brain Consultoria e Pesquisa, o Brasil já tem potencial para 1,1 milhão de camas, ou aproximadamente 8 mil comunidades de senior living, tendo como base a proporção do mercado norte-americano. Nos EUA, já existem 23,5 mil conjuntos de senior living e nursing care, com 3 milhões de camas gerenciadas profissionalmente. O setor movimentou US$ 475 bilhões em 2016 (mais de R$ 1,8 trilhão).

Espaços menores e funcionais

O senior living torna a moradia mais funcional e compacta, atendendo à necessidade dos idosos de ter menores deslocamentos e mais conforto, com a oferta de uma série de serviços que praticamente permitem ao morador ter todas suas demandas atendidas no conforto do lar.

Em projetos mais completos, as incorporadoras oferecem sala de jogos, piscina aquecida, hidroginástica, alongamento, oficinas de artesanato e música, quiosque com churrasqueira, espaço gourmet, biblioteca, academia, área de passeio com animais, horta e espaço multiuso, além de outros serviços complementares, os quais podem ser adquiridos separadamente, como locação de veículos, personal trainer e aulas de informática e idiomas.

Também há complexos de senior living com unidades de saúde integradas, oferecendo atendimentos básicos e com a vantagem de estarem próximas para agir mais rapidamente em casos de urgência.

“Produtos que se encontram em fase de desenvolvimento, ainda não consolidados, devem estar no radar dos investidores e das empresas do mercado imobiliário. Isso foi muito comentado por especialistas nos eventos que realizamos ao longo do ano”, ressalta o diretor executivo da Smartus, Guilherme de Mauro.

Além da construção com finalidade de venda, já existem no Brasil senior livings que permitem a estadia por temporada e até mesmo a realização de atividades diárias, sem a necessidade de adquirir uma residência no local.

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