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    Receita líquida de incorporadoras de capital aberto cai 8,8%

    Por outro lado, reserva de caixa das empresas é a maior desde o início de 2016

    Daniel Caravetti

    17/06/2020

    A receita líquida operacional das incorporadoras de capital aberto no primeiro trimestre de 2020 foi de R$ 4,1 bilhões, contra R$ 4,5 bilhões no mesmo período de 2019, o que representa queda de R$ 395 milhões ou 8,8%. O estudo foi realizado pela Economática e considerou 15 empresas, as quais continham dados disponíveis trimestralmente de dezembro de 2008 até março de 2020.

    Outros dados divulgados revelam que houve prejuízo de R$ 75 milhões no 1T20, enquanto o trimestre inicial de 2019 registrou lucro líquido de R$ 3 milhões, diferença negativa em R$ 78 milhões. Já quanto ao lucro Ebit, que é calculado antes da cobrança de juros e impostos, houve queda de R$ 138 milhões.

    A baixa reflete o impacto da pandemia no setor de construção, assim como a crise econômica subsequente. O cenário levou à queda na demanda por imóveis e ao adiamento de lançamentos imobiliários, o que inevitavelmente abalou receita e lucro das incorporadoras no primeiro trimestre deste ano. Veja os dados por completo.

    O copo meio cheio

    Curiosamente, algumas estatísticas indicam melhora no comparativo dos primeiros trimestres de 2019 e 2020. O resultado financeiro das empresas, por exemplo, mesmo negativo no 1T20, é favorável em relação ao 1T19. Outro dado que mostrou melhora foi o caixa, no qual houve acréscimo de R$ 2,3 bilhões.

    Isso revela que em um momento crítico no cenário econômico nacional, as incorporadoras apresentam maior disponibilidade momentânea de dinheiro e caixa mais forte do que no 1T19, mostrando que se movimentaram quanto à contenção de gastos e souberam aproveitar o momento de recuperação que o setor vivia antes da pandemia para fortalecer sua reserva financeira.

    A Trisul (TRIS3), inclusive, aproveitou a disponibilidade de dinheiro para aumentar seu portfólio de terrenos, adquiridos a preços mais baixos durante a crise. A informação foi compartilhada durante live do banco BTG Pactual, na qual participaram o CEO e o CFO da Trisul, Jorge Cury e Fernando Salomão.

    Enquanto a média de resultados das incorporadoras apresentou prejuízo, a Helbor teve um lucro líquido de R$ 5,4 milhões no primeiro trimestre do ano, ante prejuízo de R$ 39,2 milhões no 1T19. A receita líquida da empresa ainda subiu 11% nessa base de comparação, para R$ 258,6 milhões.

    Vale lembrar, contudo, que ambas as companhias, além de ingressarem na B3 no mesmo ano, em 2007, atuam prioritariamente no segmento de alto padrão, o qual deve sofrer menos durante a pandemia. Esse raciocínio vem sendo defendido por alguns especialistas, como o sócio-fundador da Urbe.me, Lucas Obino.

    “É um segmento que pouco sofre com a oscilação de mercado e se beneficia do movimento de procura por residências maiores, impulsionado pela menor utilização dos espaços públicos e pela consolidação do home office”, disse em entrevista recente à Smartus.

    Trajetória desde 2008

    O estudo realizado pela Economática ainda levanta a trajetória do conjunto de construtoras de capital aberto desde 2008. As estatísticas comprovam a queda na receita líquida citada anteriormente, uma vez que o 1T20 apresentou o menor registro trimestral desde o 3T18. 

    Outro gráfico, por sua vez, comprova a reserva de caixa conquistada pelas incorporadoras ao longo dos últimos três trimestres. No 1T20, o valor é próximo a R$ 7,7 bilhões, o que não era registrado desde o final de 2015 e início de 2016.

    Em resumo, há de se ressaltar a resiliência do setor frente a crises financeiras. Se por um lado as incorporadoras de capital aberto, em sua maioria, estão longe de atingir as performances anteriores à pandemia, por outro, elas devem estar preparadas para superar as adversidades impostas pelo momento.

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