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Notícias
Repensando espaços: procura por imóveis com mais cômodos aumenta
Maior tempo de convivência em casa gera novas necessidades para moradia
Henrique Cisman
17/06/2020
O confinamento forçado de boa parte da população para conter a pandemia do novo coronavírus reforçou a importância da compatibilidade do lar às necessidades do dia a dia. Neste contexto, a revista Casa Vogue – referência em decoração, design e arquitetura – veicula na próxima sexta-feira (19) matéria assinada por Silvia Gomez sobre a ressignificação dos espaços no atual momento. Conversamos com a redatora-chefe da publicação, Marianne Wenzel.
A jornalista revelou à Smartus que já existe uma tendência na procura por imóveis com um cômodo a mais, de acordo com o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi/SP), Basílio Jafet, consultado para a reportagem da Casa Vogue. “As pessoas já estão buscando imóveis com um cômodo extra, um cômodo a mais do que seria o suficiente, justamente pela necessidade de ter margem para acomodar a família nesses períodos mais confinados”, afirma Wenzel.
Outra fonte consultada para a matéria da revista é Alexandre Frankel, fundador da Vitacon, incorporadora que se destacou por apresentar projetos compactos em regiões nobres de São Paulo. De acordo com Wenzel, o empresário afirma que os espaços terão que ser revistos, principalmente aqueles destinados ao compartilhamento.
Ainda, o tamanho dos imóveis talvez seja repensado pelos moradores, conforme aponta a jornalista: “Os apartamentos compactos viabilizam a um certo público morar em bairros centrais cheios de infraestrutura. É bastante interessante, mas mesmo para esse perfil – pessoas que moram sozinhas – ficou puxado morar em um studio de 30 m² porque esses projetos partem do princípio – até pela localização – de que ela vai dormir ali, mas todo o resto da vida é lá fora”.
A redatora-chefe da Casa Vogue ressalta que talvez o mercado imobiliário tenha que “fazer uma nova conta para esta equação”. Dadas as mudanças nas condições de uso do imóvel, é possível que haja ganho de área nos compactos.
Improviso e arquitetura
Em questão de poucas semanas, as pessoas que puderam migrar para o trabalho remoto se viram obrigadas a adaptar um espaço do lar para desempenhar suas funções, transição que resultou em soluções improvisadas. De acordo com Wenzel, a matéria mostra que a partir de agora as pessoas vão precisar pensar melhor tais soluções. “É muito provável que passemos por momentos de isolamento intermitentes de tempos em tempos. Muitos estudos apontam para isso – e vai refletir na organização dos espaços da casa”.
“Vai ter que acabar o improviso, até porque muitas empresas viram que o home office dá muito certo. As pessoas estão trabalhando e produzindo muito, ainda que remotamente. Talvez as empresas tenham enxergado que não é tão mau negócio assim as pessoas trabalhando à distância, mas aí tem questões como ergonomia, iluminação, todo um aparato mínimo para trabalhar com conforto”, ressalta.
Em termos de arquitetura, Marianne Wenzel afirma que o momento deve combinar o retorno de conceitos antigos com aspectos futuristas: “Eu vejo, por exemplo, esta ideia dos ambientes flexíveis – a cama retrátil que se transforma em armário durante o dia ou os móveis que se desdobram: é super útil e apareceu nos anos 1950. A arquitetura moderna, lá na raiz, já propunha esse tipo de uso de móveis”.
“Citamos na matéria, lembrado pelo Guto Requena, que é um arquiteto que gostamos de ouvir sobre espaços flexíveis, o Joe Colombo, um arquiteto italiano que pensou muito este tipo de arquitetura de interiores, e isso vai ser cada vez mais útil daqui para frente”, acrescenta a redatora-chefe da revista.
Novos projetos
Wenzel concorda que a situação imposta pela pandemia deve exercer grandes influências sobre novos projetos do mercado imobiliário: “Acho que sim, só ainda não sei como. É uma equação super difícil: localização, área, número de quartos e quanto isso custa. Mas o registro do Secovi/SP – a demanda por um cômodo a mais – é algo a ser considerado. As pessoas já estão pensando nisso, não haverá mais como ficar no limite do mínimo”.
Nos escritórios, deve haver novos protocolos para o uso dos espaços. “Acho que vai passar muito pelo que é necessário fazer em grupo daqui para frente, quais atividades são indispensáveis. Enquanto a situação estiver tão incerta, é difícil as pessoas se sentirem à vontade para voltar a trabalhar juntas”.
“Vamos migrar para um minimalismo mais radical – e é claro, os escritórios precisam ser muito atraentes para as pessoas terem uma boa razão a se deslocarem até lá, sobretudo quem utiliza transporte público”, finaliza.
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