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    Imóveis de temporada são principal alternativa de ‘turismo’ na pandemia

    Home office permite que estadias sejam mais longas, mas exige internet de qualidade nas acomodações

    Daniel Caravetti

    10/08/2020

    Em função das diversas dificuldades impostas pela pandemia e pelo isolamento social, o turismo internacional foi preterido nos últimos meses. Neste cenário, a grande aposta para a retomada do setor é o turismo doméstico, com destaque para os imóveis de temporada, que vêm sendo procurados como alternativa de lazer.

    A alta dessa demanda, inclusive, já pode ser percebida em plataformas que trabalham neste mercado. O gigante Airbnb, por exemplo, voltou a registrar mais de um milhão de reservas no dia 8 de julho, depois de 4 meses sem alcançar a marca. 

    De acordo com a empresa, houve pedidos de mais de 175 países, com destaque justamente para as viagens domésticas. Isso porque cerca de metade dos destinos estava a menos de 500 km do local de residência dos hóspedes, distância tipicamente percorrida de carro.

    Vale lembrar que as pessoas têm optado por acomodações mais simples e baratas. Mais da metade dos aluguéis realizados em julho no Airbnb custava até US$ 100 por noite, refletindo a atual situação econômica mundial.

    A companhia destaca ainda que o aumento no número de reservas se deve à demanda reprimida dos últimos meses e ao protocolo de higiene exigido para todas as ocupações. Inclusive, as casas de temporada ganharam espaço justamente por proporcionarem aos hóspedes menor exposição ao novo coronavírus em relação aos hotéis, por exemplo. 

    Outra plataforma, o Imovelweb revelou com exclusividade à Smartus que a procura por imóveis de temporada cresceu 97% em julho, no comparativo com o mesmo mês do ano passado. A empresa ainda garante que a busca por esse tipo de acomodação passou de 0,73% para 0,93% do total de buscas, de 2019 para 2020. 

    Empresa do grupo Expedia que também atua neste mercado, a Vrbo é outra que confirma a alta na procura por casas de temporada nos últimos meses: “A partir de junho, houve uma boa retomada. Aqui no Brasil, destinos como Bertioga (SP), Búzios (RJ) e Ipojuca (PE) são os locais com maior número de reservas nas últimas semanas”, revela a Vrbo à Smartus.

    Viagem durante o home office?

    É importante ressaltar que estes imóveis têm sido procurados não só como alternativa de descanso e diversão, mas como um novo espaço de trabalho. Neste sentido, a disponibilização de internet passa a ser um item cada vez mais importante para atrair hóspedes.

    “Com a implantação em massa do home office, permitindo que muitas pessoas trabalhem de qualquer lugar, muitos viajantes têm aproveitado para se hospedar em um imóvel de temporada não apenas para descansar, mas para trabalhar também”, cita a Vrbo.

    (Foto: New York Times)

    Também em função do home office, não existe mais a necessidade de entrar em férias para alugar uma casa de temporada, o que tem aumentado a procura por estadias mais longas. O Airbnb enxergou o movimento e vem investindo pesado no mercado de aluguéis de longo prazo. 

    Em uma entrevista para o programa The Long View, o CEO da startup de São Francisco, Brian Chesky, disse que se trata de um mercado distinto do de viagens, que pode ser uma alternativa para a empresa se recuperar da crise do novo coronavírus. O executivo, inclusive, enxerga que o aluguel de longo prazo pode se tornar um estilo de vida em um futuro próximo.

    “Muitas pessoas estão percebendo que não precisam estar conectadas a uma cidade. Então, você verá mais pessoas escolhendo viver em todo o mundo, passando alguns meses em lugares diferentes”, garantiu Chesky.

    Foto: Decostore

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