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    Notícias

    Taxa de vacância dos escritórios fica estável no segundo trimestre

    Lajes corporativas lidam bem com ameaça do home office

    Daniel Caravetti

    28/07/2020

    A taxa de vacância das lajes corporativas no Brasil se manteve estável no segundo trimestre de 2020. De acordo com dados da SiiLA Brasil, aproximadamente 20% dos escritórios estão desocupados, assim como havia acontecido no trimestre passado. A variação específica em cada cidade avaliada pela pesquisa também foi mínima.

    Desempenho das lajes corporativas no 2T20 (Fonte: SiiLA)

    Vale lembrar que não houve queda significativa nos preços para justificar as taxas de vacância em patamares similares, o que significa que muitas companhias têm optado por manter o escritório, mesmo adotando temporariamente o home office. Como o 1T20 teve absorção líquida de aproximadamente 20 mil m² e o segundo trimestre de -37 mil m², foram menos de 60 mil m² de espaços devolvidos.

    Outra empresa que acompanha o setor, a CBRE também não verificou significativas alterações quanto à taxa de vacância e quanto aos preços. Segundo a companhia, levando em consideração apenas a região de Jardins, que incluiu Faria Lima, Itaim e JK, a vacância é de 6,1% para todos os segmentos e de 2,6% no triple A.

    Em resumo, mesmo que algumas lajes corporativas tenham sido desocupadas, o impacto do home office não é tão grande quanto imaginado inicialmente e poderá ser melhor avaliado nos próximos trimestres: “As decisões foram postergadas para o 2º semestre. Vamos ver em números a partir do terceiro e quarto trimestres”, afirma Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA Brasil, para a Smartus.

    Outro executivo, Felipe Robert Giuliano, diretor de Locação da CBRE, também comenta a manutenção dos percentuais: “Primeiro, é importante entender que o home office já existia e apenas teve que ser implementado provisoriamente por quase todas as companhias. Acredito que elas ainda estejam estudando o cenário para tomar uma decisão mais convicta”. 

    “Isso porque em mercados onde não há tanto espaço disponível, como em São Paulo, se a empresa voltar a optar pelo trabalho presencial, encontrar um novo local no futuro pode ser uma tarefa difícil”, completa Giuliano, em entrevista à Smartus.

    Fora isso, o diretor da CBRE lembra que a devolução de uma laje corporativa normalmente exige o pagamento de uma multa, que pode ser outra objeção para que a empresa tome a decisão: “Entregar o espaço é uma operação custosa”, garante Giuliano.

    O alto valor das multas tem relação com os longos contratos assinados nos anos de recessão, afirma Nicastro: “Em 2016 e 2017, os proprietários fizeram muito esforço para atrair inquilinos, condições como 12 meses de carência, pagamento da mudança e até da mobília etc., e isso entra na conta agora. O inquilino fez um contrato de dez anos com um ano de carência; se devolver agora, a multa é muito mais alta do que se permanecer no contrato”.

    Mesmo assim, algumas companhias entendem que o custo de devolução vale a pena. Neste sentido, Giuliano aponta que apenas 10% das devoluções do 2T20 estão relacionadas com necessidades econômicas e, até o momento, nenhuma está relacionada ao home office permanente. O restante já eram saídas planejadas previamente ao surto do novo coronavírus, geradas por relocalizações realizadas em trimestres anteriores.

    O executivo da CBRE ressalta ainda que este volume de devoluções de lajes corporativas abaixo do imaginado inicialmente foi um dos motivos para a manutenção dos preços: “Não houve pressão nos valores”.

    Modelo híbrido

    Para finalizar, Giuliano entende que o mercado caminha para um modelo híbrido, no qual os escritórios continuarão tendo um papel fundamental: “Vai haver uma flexibilidade, mas o escritório seguirá sendo importante. É um local de encontro, onde se constrói a cultura da empresa, há aproximação de pessoas e desenvolvimento de ideias”.

    Nicastro segue raciocínio semelhante, compreendendo que algumas companhias também podem optar por espaços menores espalhados pela cidade: “Ao invés de ter um escritório na Avenida Paulista, por exemplo, a empresa vai ter várias unidades em diferentes regiões de modo que fique mais perto para o funcionário”.

    Foto: Reddit/jopealqui

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