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    Editorial

    No dilema da pandemia, ninguém pode comemorar

    Economia agoniza e avanço da covid-19 ainda não foi controlado

    Maio/2020

    Talvez nunca tenha havido situação tal como a imposta pelo novo coronavírus. Tamanha é a complexidade do assunto que ninguém está totalmente certo e nem totalmente errado em suas opiniões e pontos de vista em relação a que medidas adotar para combater a pandemia com efeitos colaterais mínimos.

    Se é verdade que nenhum país do mundo está preparado para atender a todos os contaminados que apresentam complicações de saúde, fazendo-se necessário, portanto, o distanciamento social, também é verdade que o colapso econômico fica mais perto quanto maiores são os prazos de quarentena, que a cada dia é menos respeitada pela população.

    Alguns números recentes evidenciam que a situação está fugindo ao controle: pelo menos 70% das indústrias brasileiras perderam faturamento, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria. Talvez ainda mais grave seja o fato de que 76% reduziram ou mesmo paralisaram a produção, o que tem impacto social, econômico e político – os motivos são vários.

    Primeiro, porque a própria queda do faturamento já dificulta a manutenção dos pagamentos das despesas correntes e dos investimentos necessários para a atividade-fim; segundo, porque há dificuldade para obter insumos e matérias-primas, algo que foi apontado por 77% das empresas. Ainda, ficou mais difícil obter crédito para capital de giro – os recursos do BNDES não garantem empréstimos para todas e os bancos não vão se envolver em operações que consideram de alto risco.

    Se a indústria tem sido prejudicada, o que dizer então dos comerciantes e dos prestadores de serviços? Salvo bancos, farmácias e supermercados, a pancada nestes segmentos foi ainda mais dura.

    A situação é tanto cada vez mais crítica que Congresso e Governo Federal agora instituíram um programa de apoio às pequenas e microempresas (juros fixados em Selic + 1,25% ao ano nos empréstimos para capital de giro), certamente as mais prejudicadas até aqui. Todas as medidas anunciadas até então não foram suficientes para fazer girar a roda da economia. É um efeito dominó. 

    E o pior: quanto mais energia gastarmos com o reaquecimento da economia neste momento de pandemia, menos recursos vamos ter para ativá-la mais intensamente quando ela de fato puder girar a todo vapor. 

    Principal responsável pelo crescimento econômico – tímido, é verdade – nos últimos anos, o consumo das famílias, que representa 65% do PIB brasileiro, caiu 6,5% em março na comparação com fevereiro, de acordo com o IBGE. Considerando que em março as empresas funcionaram sem restrições por praticamente 20 dias, pode-se facilmente imaginar quedas ainda mais expressivas de abril em diante. 

    O PIB do 1º trimestre foi o pior desde o período entre julho e setembro de 2015. Lembra-se da última crise?

    A cada semana, as projeções do mercado financeiro para a economia brasileira pioram. O último Boletim Focus aponta para retração de 5,12% no PIB em 2020. É a primeira vez que a projeção baixa da casa dos 5% de queda. O Fundo Monetário Internacional projeta exatamente -5% para o PIB brasileiro, enquanto o Banco Mundial é ainda mais pessimista: -5,5%. 

    O fato é que o tombo vai ser ainda maior, muito provavelmente. O Brasil não manteve a economia funcionando e nem conseguiu conter em tempo hábil o avanço dos casos e das mortes (na verdade, não conteve até agora). Seja qual for a sua opinião, neste dilema da pandemia, ninguém pode comemorar. 

    Veja também: eBook – Medidas do Governo Federal e da Caixa aplicáveis ao mercado imobiliário
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