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    Notícias

    Banco Central destaca crescimento do mercado de capitais na cessão de crédito

    Maior participação ameniza dependência de recursos da poupança

    15/10/19
    Por Henrique Cisman

    O Banco Central do Brasil publicou no início do mês o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), documento no qual analisa o panorama recente e apresenta perspectivas para a estabilidade financeira do país. De acordo com o BC, a recuperação da economia brasileira permaneceu gradual no primeiro semestre, com leve redução na taxa de desocupação, principalmente devido aos trabalhos informais.

    O REF destaca que o recuo no crédito bancário foi compensado pelo expressivo aumento do financiamento via mercado de capitais, “refletindo a busca das empresas não financeiras por financiamentos menos onerosos e a demanda dos Fundos de Investimento (FIs) por ativos mais rentáveis”.

    No fórum imobiliário realizado pela Smartus em Curitiba, as alternativas ao financiamento bancário foram um dos assuntos de maior destaque. Na avaliação do sócio-diretor da gestora Hectare Capital, Tales Silva, as linhas bancárias secaram. “Os incorporadores devem se informar sobre o mercado de capitais, sobre os fundos de investimentos. Existe liquidez, as gestoras possuem passivos [suficientes] e acesso a investidores”, afirmou.

    Diretor-presidente da Fortesec Securitizadora, Ubirajara Rocha destacou que a securitização pode não somente complementar como também substituir integralmente o financiamento bancário, que não consegue se adequar ao prazo da carteira do empreendedor. “Não adianta financiar o comprador por 10 anos tendo que pagar o banco em 2 [anos], não faz sentido”, ilustrou.

    O especialista destacou o trabalho educacional para mostrar novos produtos ao público brasileiro. “Há muitos family offices que não olhavam para o financiamento imobiliário, e hoje olham, também em razão da publicidade. É um momento favorável porque o mercado [imobiliário] está bem aquecido e líquido”.

    Fundador da startup Homelend, Guilherme Bruno criticou a estrutura governamental favorável a determinados players do mercado financeiro: “Enquanto houver subsídios, endereçamento da poupança e todo esse arcabouço favorável a que determinados players predominem, o mercado de capitais nunca vai ser predominante, sempre vai ser complementar”.

    Descasamento no SBPE

    No relatório, o Banco Central pontua que a liquidez não representa risco para a estabilidade financeira do país e que tal cenário deve se manter no 2º semestre. “A tendência de alta do Índice de Liquidez Estrutural (ILE), que reduz o risco de liquidez no longo prazo, perdura há mais de três anos. Essa dinâmica tem sido possível em razão do baixo ritmo de concessão e da redução do prazo médio do estoque de crédito, concomitante ao crescimento do capital, das captações de varejo e das captações com vencimento acima de um ano”, informa o BC.

    A instituição avalia que “em um cenário de taxa Selic nas mínimas históricas, e com expectativa de manutenção em patamares reduzidos segundo a pesquisa Focus mais recente, a poupança tende a se manter como um instrumento competitivo de captação”, o que gera aumento nas concessões de crédito imobiliário.

    Por outro lado, o BC destaca que o descasamento entre os passivos de curto prazo – que podem ser sacados a qualquer momento – e o tempo médio mais longo do crédito imobiliário obtido no Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) pode configurar “instabilidade para o sistema em uma eventual conjuntura de estresse caracterizada por resgates líquidos persistentes dos depósitos de poupança, em especial se aliada a um ciclo de elevação da taxa Selic”.

    Neste cenário, “as instituições precisariam captar recursos por meio de outros instrumentos a um custo mais elevado, gerando compressão de margem financeira a níveis que, potencialmente, poderiam colocar em risco a estabilidade e a sustentabilidade do mercado de financiamento imobiliário”, pontua o BC.

    Em relação ao cenário político, o Banco Central ressalta que o mercado permanece apreensivo com atrasos e interrupções no avanço da reforma da Previdência no Senado, e que a tensão comercial entre Estados Unidos e China elevou o risco advindo do cenário internacional.

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