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    Construção industrializada acelera entrega e reduz custos

    Empreendimento Flor de Lótus, em Londrina, será concluído em menos de um ano

    Henrique Cisman

    06/08/2020

    A necessidade de transformação dos processos no mercado imobiliário é latente não apenas na forma como os imóveis são mostrados e vendidos aos clientes, como também na própria construção do empreendimento. Neste sentido, a industrialização dos canteiros de obra revela ótimos resultados para as incorporadoras, como menor prazo para entrega e redução de custos.

    Em Londrina, a Prestes Construtora e Incorporadora experimenta pela primeira vez o método de construção industrializada executado pela Tecverde no projeto Flor de Lótus, com imóveis de 49 m² e 46 m² que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. O ticket médio das 288 unidades, segundo Rafael Bellei, gerente comercial da Prestes, é de R$ 117 mil e o empreendimento conta com áreas de churrasqueira, dois quiosques, salão de festas e quadra poliesportiva.

    “A grande vantagem desse método de construção são as condições de preço que superam a concorrência, além da rápida entrega, pois este é o empreendimento à venda que ficará pronto mais rapidamente em Londrina. Estes fatores – preço competitivo e entrega rápida – tornam a estratégia comercial interessante. Hoje, 66% das unidades já estão vendidas”, conta Bellei.

    De acordo com Felipe Basso, gerente de operações da Tecverde, a empresa trabalha com um prazo de oito meses para entregar os 288 apartamentos. “A proposta é oferecer uma solução industrializada em um pacote fechado sobre garantia, prazo e custo do produto. Dessa forma, diminui-se o escopo de trabalho da incorporadora, que realiza somente a estrutura e a fundação”. 

    Ainda segundo Basso, em uma obra convencional, a construtora precisa dispor de engenheiros, almoxarifes, encarregados e mestres de obra, dentre outros colaboradores. Já nesta solução, basta um gestor para receber o produto pronto, cuja qualidade é tão boa quanto a de outros sistemas, informa o especialista. 

    Além do custo pela mão de obra ser conhecido previamente e de haver garantia de fábrica para os materiais entregues, Bellei ressalta a crucial diferença de prazo, já que um empreendimento convencional na Prestes leva até 40 meses para ser entregue, segundo o executivo. No Flor de Lótus, cujas obras começaram em junho deste ano, a previsão de entrega das chaves é junho de 2021. 

    “O divisor de águas é o prazo, pois ele reflete no preço. Como a entrega é muito mais rápida, já que boa parte do sistema é industrializado e existe a antecipação dentro da fábrica, os custos indiretos de administração de obra, supervisão e segurança são menores, eliminando-se o risco financeiro do projeto”, explica Basso.

    Segundo o gerente de engenharia da praça norte da Prestes, Eduardo Assis, a redução de pessoas no canteiro é outro fator essencial da parceria: “Há riscos muito menores com passivos trabalhistas”, diz. No Flor de Lótus, o pico no canteiro será de 120 trabalhadores, redução de 30% em relação às outras obras da empresa. 

    “Nessa redução também está o fato de quanto tempo os trabalhadores ficam no canteiro. É uma média de 120 operários, mas por menos da metade do tempo de obra. Isso reduz o custo drasticamente”, pontua Felipe Basso.

    Segundo Assis, também há menos desperdícios de materiais, novamente resultando em economia. “Em uma obra convencional, você paga pelo material e pega para fazer o descarte dos resíduos”, compara. 

    O executivo assinala ainda a segurança financeira do projeto, uma vez que o preço é fechado. “Em outros empreendimentos da Prestes, apesar de haver as previsões de custos, elas sempre variam. Neste caso, sabemos quanto será gasto em todo o montante de obra”.

    Ele afirma que o pico de execução de obra em um mesmo mês é de 21% no Flor de Lótus, enquanto uma construção tradicional atinge até 10%. “O cronograma foi essencial para fecharmos a parceria”, ratifica.

    Outra vantagem assinalada pelos especialistas é que a obra praticamente independe de questões climáticas, já que é realizada em ambiente de fábrica e as estruturas são apenas montadas no terreno. Ainda, a logística também é simplificada, por se tratar do mesmo fornecedor durante todo o projeto. 

    “Hoje, temos uma logística pesada quanto ao estoque de materiais. A Tecverde entrega tudo pronto e elimina um processo logístico grande”, afirma Eduardo Assis.

    Segundo Rafael Bellei, gerente comercial da Prestes, a velocidade da obra fez aumentar a procura pelas unidades. “No início das conversas, havia uma resistência quanto ao sistema construtivo pelo simples fato de ele ser diferente. Essa barreira foi totalmente quebrada quando as pessoas começaram a olhar o avanço da obra”, conta o executivo.

    O gerente de operações da Tecverde, Felipe Basso, destaca que os padrões de acabamento e qualidade são os mesmos de outros produtos desta faixa de renda, com desempenho térmico e acústico melhores. “Isso implica em redução de gastos com energia depois da venda, existindo uma vantagem em relação aos empreendimentos convencionais”. 

    O sistema atende à norma de desempenho nº 15.575, responsável por balizar todos os métodos de construção. “A Tecverde tem que atender a todos os requisitos solicitados e comprovar o resultado em campo, já que se trata de uma tecnologia nova e há maior fiscalização sobre ela”, explica Basso.

    Mais limpa – usa 90% menos água, gera menos resíduos no canteiro e emite 85% menos gás carbônico, já que a principal matéria-prima é a madeira -, rápida e proporcionalmente mais barata que outros métodos, a construção industrializada mostra seu potencial e abre caminhos para a inovação no mercado imobiliário. 

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