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Notícias
Confiança de empresários da construção inicia 2021 em alta
Escassez e alto preço dos materiais seguem como as principais ameaças
Daniel Caravetti
07/01/2021
Dois indicadores distintos, desenvolvidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontam que a construção inicia 2021 com a confiança dos empresários em alta. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção medido pela CNI cresceu 1,2 ponto em dezembro, alcançado 60,1 pontos.
A CNI atribui o avanço de dezembro “principalmente a uma forte melhora da percepção dos empresários com relação à situação atual e ao futuro da economia brasileira”. Mesmo estando três pontos abaixo no comparativo anual, o indicador se mantém acima dos 50 pontos, o que sinaliza um cenário otimista.
Por sua vez, o Índice de Confiança da Construção (ICST) da FGV variou 0,1 ponto em dezembro para 93,9 pontos e se acomodou em níveis pré-pandemia. No comparativo anual, existe alta de 1,8 ponto. A economista Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do IBRE/FGV, comenta o panorama.
“Considerando todas as dificuldades do ano, este é um aspecto positivo. Vale destacar o aumento do Indicador de Evolução Recente de Atividade, apesar do maior percentual das assinalações relativas à escassez e ao custo das matérias-primas”, observa.
“Por outro lado, as expectativas continuam se deteriorando e os empresários estão mais pessimistas do que estavam no ano passado. Além das incertezas do cenário econômico, esse pessimismo parece estar relacionado às dificuldades recentes das empresas”, completa.
Atividade e investimento na construção
Outro índice divulgado pela CNI confirma que a atividade da indústria da construção está em alta, como citado por Castelo. Com média histórica de 45,4 pontos, o indicador marcou 50,3 pontos em novembro.
“Ainda que tenha novamente apresentado uma ligeira queda na comparação mensal, o índice se manteve acima da linha divisória de 50 pontos pelo quarto mês consecutivo, indicando aumento do nível de atividade da indústria da construção na comparação com o mês anterior”, cita a CNI.
Enquanto isso, a intenção de investir se manteve estável entre novembro e dezembro. O índice aumentou 0,3 ponto para 42,7 e está acima da média histórica de 34,5 pontos. Entre 2015 e 2016, durante a crise econômica, a pesquisa chegou a registrar menos de 25 pontos.
Fatores limitativos
Ainda que a perspectiva para 2021 seja boa, algumas adversidades seguem ameaçando o setor da construção. Segundo a FGV, entre os fatores limitativos, a escassez de material de construção foi assinalada por 20% das empresas (um recorde histórico) e a elevação de preços, por 21,6% dos respondentes.
“Essas questões atingem todos os segmentos do setor da construção e apresentam uma limitação adicional e com potencial crescente no processo de retomada”, avalia Ana Castelo na Sondagem da Construção da FGV.
Foto: Levelset
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